Como evitar e identificar o bullying?

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Texto atualizado em 11/06/2024.

Segundo a a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, um em cada três alunos já sofreu bullying. Essa violência pode ser praticada de diversas maneiras e em qualquer ambiente. Por isso, é preciso encontrar formas de como evitar o bullying.

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Além dessa violência afetar a vida pessoal, social e até escolar das crianças, ela pode causar danos a longo prazo. Dessa forma, é importante e necessário que os pais se informem a respeito do tema, sem se prenderem a estigmas ou ideias de que “é apenas frescura”. 

O que é bullying? 

O bullying é qualquer ato de violência, seja física ou psicológica, feita intencionalmente e repetida vezes, sem motivos aparentes. A ação é praticada por uma pessoa ou grupo, contra um ou mais indivíduos.

Além disso, a Lei 13.185/2015, também denominada Lei Antibullying, define o bullying como uma intimidação sistemática. Na maioria dos caos o agressor tem como objetivo humilhar a vítima. 

Como identificar o bullying? 

É comum os responsáveis não saberem como identificar o bullying. Mas, alguns exemplos de situações que eles devem ficar de olho são:

    • Ameaças;
    • Bilhetes ou falas depreciativas;
    • Perda de interesse em atividades que antes gostava:
    • Queda no desempenho escolar:;
    • Mudanças de comportamento;
    • Comportamento agressivo;
    • Choros sem aparente motivo;
    • Lesões inexplicáveis;
    • Perseguição, amedrontamento e chantagem;
    • Mudanças a alimentação ou no sono:
    • Falta de interesse repentina em ir a escola.

    Como evitar o bullying? 

    É muito importante que pais e cuidadores saibam o que fazer para evitar que os filhos passem por essas agressões. Por isso, separamos algumas dicas de como combater o bullying. Confira!

    1) Ensine como a criança pode agir em casos de bullying

    Uma das formas do que fazer para evitar o bullying é ensinar às crianças e aos adolescentes como se comunicar de forma assertiva expressando seus sentimentos em casos de bullying.

    Alguns exemplos de frases que podem ser faladas são: "por favor, pare com isso" ou "isso está me incomodando, por favor, pare". Isso pode ajudar a diminuir a agressividade do momento.

    Além disso, é importante que você ensine que nessas situações eles precisam conversar com um adulto de confiança caso você não esteja presente. Portanto, encoraje-os a contar para um professor ou diretor o que está acontecendo.

    2) Estude mais sobre o bullying

    Uma das melhores formas de como evitar o bullying é por meio da conscientização. Para isso, as famílias, educadores e funcionários da escola precisam estudar mais sobre o tema e terem a iniciativa de abordar o assunto e analisar as situações com as crianças.

    O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), por exemplo, lançou uma cartilha que orienta pais, responsáveis e familiares sobre como evitar o bullying. As dicas são:

    • Ser gentil ao comunicar-se com a criança;

    • Criar uma relação de confiança seu filho para ela sentir-se segura de que a família irá ajudá-la no que ela;
    • Manter um bom vínculo com a escola e o professor para que eles informem os casos; 

    • Conhecer os amigos da criança e demonstrar interesse por eles e sua família;
    • Identificar problemas que podem desencadear ou ser consequência de ser ou fazer bullying.

    3) Mantenha e encoraje uma comunicação aberta

    Em casa, é necessário ter muito diálogo com seus filhos. Dessa forma, estimule um ambiente em que eles possam falar sobre seus problemas e preocupações.

    Além disso, busque entender a rotina e o que as crianças estão passando na escola. Incentive-as a compartilhar experiências tanto positivas quanto negativas.

    Quando as crianças sabem que têm o apoio dos responsáveis, a chance de pedir ajuda quando precisam é maior, ficando menos propensas a sofrer em silêncio.

    4) Seja um modelo

    Sabe aquele ditado "o exemplo vem de casa"? Pois é, você é o modelo mais importante para seus pequenos. Portanto, mostre a eles como se comportar de maneira gentil e respeitosa com os outros.

    Uma vez que você dá o exemplo de tratar com amor e carinho as pessoas, eles tendem a seguir o mesmo caminho tornando-se pessoas mais afetuosas.

    5) Ensine a como combater o bullying com teatro

    Simular situações é uma ótima forma de capacitar seu filho a lidar com os desafios. Nesse sentido, vocês podem fazer um teatrinho onde você pode representar o valentão enquanto sua criança pratica diferentes respostas até que se sinta confiante em lidar com situações problemáticas.

    Além disso, você pode dar dicas e ensinar para que ele seja mais assertivo e claro, falando de forma firme e forte. Essa pode ser uma ótima estratégia para ajudar crianças a lidar com situações de bullying. Porém, é importante tomar cuidado ao fazer essa encenação pois pode trazer à tona sentimentos e memórias dolorosas.

    Essas e muitas outras atividades são ações que podem fazer toda a diferença na rotina de uma criança ou adolescente. Vale ressaltar também que, se estiver dentro do orçamento da família, levar a criança a profissionais de psicologia.


      Como evitar o bullying nas escolas?

      O ambiente escolar é o principal espaço de casos de bullying, justamente pela convivência entre crianças e adolescentes, com as mais diversas histórias e criações. Ao mesmo tempo, é na escola que deve haver a maior abordagem sobre os efeitos desse tipo de agressão, assim como o incentivo ao combate do bullying. 

      De acordo com um levantamento feito pela Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) em 2019, e divulgada no ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 14,6% dos jovens afirmaram já ter sofrido bullying. Quando os números entre garotas e garotos são comparados, há um percentual de 20,1% em relação às meninas, o que representa mais do que o dobro quanto aos meninos (9%).

      Quais os principais tipos de bullying?

      • Bullying físico: geralmente o mais fácil de ser identificado, é caracterizado por ataques físicos como tapas, socos, empurrões, entre outras ações;

      • Bullying psicológico: o agressor pode manipular, intimidar, perseguir e amedrontar a vítima;

      • Bullying verbal: ocorre com frequência, devido aos apelidos impróprios que alguns colegas podem dar aos outros. A humilhação ocorre por palavras, a partir de xingamentos e ofensas;

      • Bullying moral: a típica fofoca, quando são espalhados boatos de uma pessoa. Difamação e calúnia também entram na categoria;

      • Bullying sexual: assédios, abusos e tentativas de induzir o indivíduo a algo são comportamentos do bullying sexual. Inclusive, “brincadeiras” do gênero, como assobios;

      • Bullying social: mesmo ignorar, isolar ou excluir alguém do convívio social é considerado bullying. A vítima se vê, obrigatoriamente, isolada de um grupo;

      • Bullying material: quebrar, roubar ou furtar os pertences de um colega também é um tipo de agressão;

      • Bullying virtual: o cyberbullying tem crescido cada vez mais, devido ao acesso à internet, sem supervisão dos responsáveis, por crianças e adolescentes. Falsificar informações, enviar mensagens ofensivas ou fazer publicações constrangedoras são formas de praticar bullying. 

      Meu filho pratica bullying, e agora?

      Além de acolher as crianças que sofrem o bullying também é muito importante conversar com a criança que pratica o ato de violência. Assim, é necessário que os responsáveis deem o apoio para que seus filhos controlem as suas emoções.

      Por se tratar de crianças e adolescentes, perfis que ainda estão em formação e que são influenciáveis, é preciso adotar uma postura de prevenção, ao invés de punição.

      Amanda McGough, psicóloga clínica que trabalha com adolescentes e adultos e também faz parte da American Foundation for Suicide Prevention como presidente na Carolina do Norte, aconselha aos pais abordarem a criança que está fazendo bullying perguntando sobre qual a perspectiva dela da situação. Além disso ela diz “Deixe claro para eles quais são suas expectativas sobre como eles tratam outras pessoas e certifique-se de que você mesmo é um modelo para isso. Ajude-os a entender que suas palavras e ações afetam a outra pessoa e estabeleça consequências claras se o comportamento de bullying continuar”.

      O site governamental americano, StopBullying.gov., listou alguns indícios que, se forem recorrentes, é sinal que está na hora dos pais conversarem sobre o bullying com os filhos. Portanto, é hora de iniciar uma conversa sobre bullying com seus filhos se você perceber que eles:

      - Entram brigas físicas ou verbais; - Tenham amigos que intimidam os outros; - Estão cada vez mais agressivos; - São mandados para a direção da escola com frequência; - Tenham dinheiro extra inexplicável ou novos pertences; - Culpem os outros por seus problemas; - Não aceitem a responsabilidade por suas ações; - São competitivos e se preocupam com sua reputação ou popularidade.

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