Antes de mais nada, é importante reconstruir informações e quebrar mitos. O fonoaudiólogo infantil vai muito além de acompanhar casos de crianças com atraso de fala. Eles são especialistas em comunicação humana, que podem ajudar em diferentes tipos de dificuldade de expressão: desde problemas motores ou neurológicos até os psicológicos.
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Durante a jornada de crescimento, existe um processo muito importante que tem tudo a ver com linguagem e comunicação: a alfabetização. E também nisso a fonoaudiologia infantil exerce um papel fundamental: ela ajuda a associar fonemas a símbolos gráficos (letras).
Ainda que os atrasos na fala difiram dos atrasos na linguagem, eles podem se sobrepor. Por exemplo, uma criança com atraso de linguagem pode pronunciar bem as palavras, mas não conseguir juntá-las para formar uma frase. Outra com atraso na fala pode ser capaz de juntar palavras e formar frases para expressar suas ideias, mas com uma pronúncia difícil de compreender.
Pois bem: para solucionar esses problemas, a participação deste profissional é insubstituível. Acompanhe a leitura e saiba mais detalhes com a fonoaudióloga infantil Fernanda Suárez, especialista em Linguagem Com Enfoque nas Alterações de Linguagem e em Aprendizagem e atuação Educacional, que nos ajudará nesta tarefa.
Quando é o momento certo para procurar um fonoaudiólogo infantil?
Alguém se lembra do Cebolinha, personagem da Turma da Mônica? Ele é um grande exemplo disso! Por mais que achamos voz de criança com trocas de letras e sílabas uma das coisas mais fofas do universo, pode ser um fator que demonstre o momento certo para procurar um fonoaudiólogo infantil.
Vamos entender um pouco mais sobre esses probleminhas que devem ser considerados para procurar um fonoaudiólogo infantil aqui abaixo:
5 motivos para começar o tratamento com fonoaudiologia infantil
1 – Problemas de Deglutição
A disfagia é a dificuldade que a criança apresenta para deglutir. O fonoaudiólogo, por meio de exercícios respiratórios e articulatórios (lábios, mandíbula, língua, véu do palato e bochechas), consegue recuperar a tonicidade e elasticidade da musculatura, facilitando a passagem de alimento.
2 – Gagueira
A gagueira tem sua origem na infância, podendo persistir, ou não, na vida adulta. Por isso os cuidados são essenciais.
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Cerca de 75% das crianças entre 2 e 4 anos de idade podem apresentar gagueira fisiológica, pois o fluxo rápido de pensamento, associados à ansiedade para contar rápido algo importante, contribui para que a criança apresente dificuldades para produzir o ritmo regular da fala. Mas quando a gagueira se torna patológica, deve ser tratada pelo fonoaudiólogo. Essa gagueira pode ser curada, e para isso o tratamento deve ser iniciado assim que percebidas as manifestações.
Dica para os pais lidar com a gagueira dos filhos: ouvir as crianças com atenção e naturalidade enquanto falam; separar um tempo para conversar com elas, sem distrações, sem pressa, devagar, mas sem perder a naturalidade da fala; incentivar todos os membros da família a serem bons ouvintes; criar um ambiente o mais relaxante e tranquilo possível; evitar chamar atenção durante interações diárias ou reagir negativamente à gagueira; não punir e não criticar. E lembrar que a gagueira é individual, intermitente e involuntária.
3 – Rouquidão
Apresentar voz rouca com frequência é um bom motivo para procurar um fonoaudiólogo. Esta rouquidão constante pode ser indício do uso inadequado da voz por esforço exagerado ao falar, ou respiração inadequada, entre outros fatores contribuintes. O tratamento é feito com exercícios para melhorar a capacidade de impostar a voz, por meio de respiração, ressonância, altura, intensidade e ritmo.
4 – Distúrbios de leitura e escrita
A dislexia é a dificuldade que a criança apresenta em ler e escrever. Geralmente a linguagem escrita apresenta muitas trocas e omissões de grafemas. Por meio de exercícios psicomotores e auditivos, o fonoaudiólogo ajuda o paciente a lidar com essas dificuldades. Outro ponto importante é a orientação à família e aos professores, já que esses distúrbios podem afetar a autoestima da criança.
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5 – Problemas de fala
A aquisição da linguagem acontece por etapas. Primeiro a criança balbucia, depois fala algumas palavras, monta frases, pronuncia todos os sons corretamente, e assim por diante. Não ocorre de um dia para o outro.
A maior parte das crianças começa a falar por volta de um ano. Aos dois anos, elas são capazes de formar frases com duas palavras e compreender cerca de 200. Mas é claro que cada uma tem o seu próprio ritmo. Com aproximadamente quatro anos, espera-se que todos os fonemas (som das letras) já tenham sido adquiridos, incluindo os mais difíceis como “r” e “l”. Se os pais, o pediatra ou a escola perceberam que há atraso em alguma fase, vale a pena buscar ajuda de um fonoaudiólogo.
Como saber se meu filho tem problema de fala?
Ainda, de acordo com a fonoaudióloga Fernanda, existem alguns sinais que podem indicar que é hora de procurar por um profissional de fonoaudiologia infantil. Fique atento caso a criança:
prefira fixar o olhar em alvos muito estimulantes ou mais em objetos do que em pessoas;
faça cada vez menos contato visual;
não sorria ou sorria pouco para familiares e pessoas de convívio próximo;
não responda ou responda pouco ao ouvir o próprio nome;
tenha pouca resposta a estímulos;
não imite o que vê à sua volta;
utilize poucos gestos comunicativos, e os gestos que realiza não são para se comunicar;
apresente irritabilidade ou respostas sensoriais atípicas, sendo muito sensível ou muito insensível a sons, texturas e luzes;
tenha dificuldade em brincar de faz de conta;
apresente falta de interesse em brincar com outras crianças ou falta de empatia;
tenha reações pouco previsíveis aos estímulos e interesses restritos.
É essencial observar esses sinais para identificar se o seu filho precisa de um tratamento com um fonoaudiólogo. Em caso de dúvidas, marque uma consulta para que uma avaliação seja realizada pelo especialista.
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