Nesta semana, as instituições de ensino básico brasileiras completam dois meses de suspensão das aulas presenciais por conta da pandemia de Covid-19. Desde então, a cobrança ou não da mensalidade escolar vem gerando debates controversos entre pais e gestores do país inteiro e, nas últimas semanas, o assunto ganhou força novamente com uma nota técnica divulgada pelo Procon, no dia 07 de maio.
O órgão determina a obrigatoriedade da oferta de desconto na mensalidade das escolas particulares, porém, o valor não é pré-fixado, ou seja, cada instituição tem autonomia para calcular o percentual que irá oferecer. Antes da definição das diretrizes, a negociação da mensalidade já era recomendada pelo Procon e pelo Sieesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo).
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A grande questão aqui é a disparidade de infraestrutura encontrada nas escolas bem como as diferenças socioeconômicas enfrentadas pelas famílias.
O lado dos pais
Para tentar entender melhor este cenário, o Melhor Escola realizou uma pesquisa com 2075 responsáveis de alunos em idade escolar entre 1 e 17 anos de idade, no país inteiro. Os dados foram coletados entre os dias 30 de abril e 11 de maio, com usuários da plataforma.
Desde que o isolamento social foi adotado no Brasil, houve uma desaceleração econômica significante acompanhada por um aumento do desemprego e consequente diminuição de renda. Neste tema, o estudo feito revela que 69,4% dos entrevistados sofreram um impacto drástico ou moderado em sua renda mensal. Outras 286 pessoas declararam estar sem nenhuma fonte de renda. Veja mais detalhes no gráfico abaixo:
Suspensão das aulas presenciais;
Corte em gastos com atividades extracurriculares e lanches;
Qualidade e validade do ensino a distância proporcionado pela escola perante ao Ministério da Educação.
A pesquisa revela que 37,7% dos responsáveis entrevistados solicitaram algum tipo de desconto para as escolas, entretanto, a maioria, 39,5%, afirma que a instituição negou o pedido. Por outro lado, uma parcela dos colégios se mostrou flexível para negociar, como mostra o gráfico a seguir.
O lado das instituições de ensino
Outra pesquisa feita com mais de 560 gestores de escola no mês de abril, constatou que 15,5% das instituições cancelaram as suas atividades pedagógicas por completo, mas, a grande maioria (84,5%) estão fornecendo ensino a distância.Os métodos mais usados são a gravação de aulas de vídeo, disponibilização de conteúdo online e utilização do material já existente, como apostilas e livros.
Qual a saída: pagar a mensalidade ou não?
A situação é delicada, mas segundo o advogado Caio Junqueira Zacharias, estamos vivendo um cenário “perde-perde”, em que tanto a escola como os responsáveis sairão prejudicados.
Zacharias explica que “a situação enfrentada é ímpar, não há precedentes em nossos tribunais.” Ele comenta que, neste caso, a maneira mais indicada para solucionar as questões decorrentes da pandemia “é a boa e conhecida conversa”, com o intuito de minimizar as perdas de ambos os lados e alcançar uma condição mais positiva em comum."
Embora existam diversos argumentos que defendem a redução da mensalidade escolar durante a quarentena, há outros que vão contra a ideia. O advogado acredita que a situação deve ser analisada sob outra perspectiva, visto que, no fim, a manutenção do relacionamento é de interesse de ambas as partes.
"O proprietário da escola quer que a escola sobreviva à crise e também que o aluno continue estudando lá quando a tormenta passar. O estudante (ou seus responsáveis), por sua vez, quer continuar frequentando o colégio em que sempre estudou e para isso a instituição precisa sobreviver à crise," diz Zacharias.
Escolas matriculando normalmente
Baseado nos dados obtidos através da pesquisa, 4% dos responsáveis ainda não matricularam os seus filhos em nenhuma instituição de ensino neste ano. Paralelamente, muitas pessoas estão procurando por escolas com mensalidades escolares mais em conta.Visto essa necessidade, o Melhor Escola facilitou a identificação das escolas em sua ferramenta de busca, adicionando o selo “matriculando normalmente” nas instituições de ensino que continuam trabalhando via telefone ou online durante o isolamento social. Confira as escolas que estão funcionando próximo a você, clicando aqui.
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