Mutismo seletivo: o que é, diagnóstico, dicas de como lidar e mais

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O mutismo seletivo é uma condição que afeta muitas pessoas durante a infância, especialmente nos primeiros anos de vida ou na fase pré-escolar. 

Para os pais, entender o que é mutismo seletivo, como ele se manifesta e quais são suas possíveis causas é essencial para ajudar no tratamento. Muito além dos sintomas, essa condição também diz respeito à realidade da família. 

As crianças com mutismo seletivo apresentam incapacidade de falar em algumas situações, podendo estar interligada à timidez, introversão e ansiedade. Mesmo querendo, elas não conseguem se comunicar, sendo um sinal de atenção para buscar o diagnóstico.

Neste artigo, vamos te explicar tudo sobre o tema, incluindo dicas de como lidar com a situação e a importância de buscar ajuda profissional.


Neste artigo você vai ver:

  • O que causa o mutismo seletivo?

  • Quem tem mutismo seletivo é autista?

  • Como Fazer uma Criança com Mutismo Seletivo Falar?

  • Como saber se meu filho tem mutismo seletivo?

  • Mutismo seletivo teste para saber a condição da criança




O que causa o mutismo seletivo?

O mutismo seletivo não possui uma causa exata. Porém, fatores genéticos e traumas durante a infância podem estar ligados à condição. O ambiente familiar também pode contribuir para o desenvolvimento desse problema de fala, principalmente quando os pais são muito autoritários ou superprotetores

Então, apesar do mutismo seletivo não ter uma causa única, ele está associado a fatores como:

  • Genética: crianças com histórico familiar de ansiedade ou transtornos similares podem ter maior predisposição ao mutismo seletivo;

  • Traumas na infância: situações traumáticas, mesmo que “esquecidas”, podem desencadear o transtorno;

  • Ambiente familiar: a postura dos pais e outros familiares pode ser responsável por causar a inibição da criança. Criar um ambiente acolhedor é essencial.

Compreender esses fatores ajudará os pais a identificar e minimizar os gatilhos do mutismo seletivo na criança.

Quem tem mutismo seletivo é autista?

Ter mutismo seletivo não implica a existência concomitante do Transtorno do Espectro Autista (TEA). A criança pode ter uma das duas condições e não apresentar a outra.


Uma das principais diferenças entre mutismo seletivo e autismo é que, no primeiro caso, a dificuldade na fala não é uma constante. Então a criança pode conseguir conversar com os pais, mas não com as visitas, por exemplo, sendo válido observar o comportamento dessa criança em diferentes casos.


No caso do TEA, esse comportamento tende a ser constante, independente da situação, apresentando entraves mais abrangentes, somados a outros comportamentos, como ecolalia e a dificuldade em compreender emoções. 


Já no mutismo seletivo não há alteração na compreensão das situações. As crianças com essa condição têm entraves para se expressar condicionados ao contexto em que estiverem inseridas.


Existem cenários mais ou menos “confortáveis”, que são comuns até para nós adultos. Nem sempre nos sentimos pertencentes a todos os lugares e grupos, porém, isso se torna um problema quando momentos cotidianos são desconfortáveis.

  

As crianças, por estarem se desenvolvendo, ainda não têm pleno controle emocional ou habilidades para se adaptarem rapidamente aos ambientes. Contudo, a escola, o lar e o grupo de amigos deveriam ser cenários convidativos à fala.

Então, apesar de ser comum surgir a dúvida se quem tem mutismo seletivo é autista, são condições distintas, pois:

  • Mutismo seletivo: a dificuldade de fala é dependente do contexto e sentimento da criança. Exemplo: gosta de conversar com os pais, mas não fala com a professora.

  • Transtorno do Espectro Autista (TEA): As dificuldades de comunicação são mais abrangentes e incluem uma soma de comportamentos. 

Enquanto o mutismo seletivo está mais ligado à ansiedade social, o autismo apresenta uma série de características adicionais que necessitam de análise profissional detalhada.




Como Fazer uma Criança com Mutismo Seletivo Falar?

Para ajudar uma criança com mutismo seletivo a se comunicar, você pode seguir essas dicas:

1. Nunca force a fala

A primeira e mais importante observação é que a pressão pode intimidar e agravar o problema. Apesar de precisar desenvolver as habilidades comunicativas, trate a criança com atenção e paciência.

2. Não faça chantagens

O tempo de cada um deve ser respeitado, inclusive dos mais novos. As chantagens podem deixar a criança condicionada, criando um outro problema. 


Aqui vale mencionar tanto chantagens emocionais, como dizer que vai ficar triste ou chorar, quanto materiais, por exemplo, oferecer um doce.

3. Procure um profissional 

Para um acompanhamento correto, a avaliação e intervenção de profissionais da saúde, como terapeutas e fonoaudiólogos, são indispensáveis nos casos em que a criança apresenta suspeita de mutismo seletivo

4. Crie ambientes acolhedores 

Para contribuir com o tratamento, é importante garantir que a criança esteja cercada por um círculo social seguro e respeitável, evitando situações constrangedoras e a deixando confortável em “arriscar” as primeiras falas. 

5. Sem holofotes, por favor!

Evite que o pequeno seja o centro das atenções. Para ter um melhor controle da ansiedade naquele contexto, ele precisará de proteção. Esse sentimento deve sempre ser monitorado e acolhido para ajudar na desenvoltura comunicacional. 

6. Um passo de cada vez

As exposições ao “meio externo” devem ser sistemáticas. Observe em quais espaços a criança se sente segura para falar e tente entender o porquê de em outros ambientes isso não acontecer. Após esse entendimento, passe a inseri-la em mais contextos com conversação.

7. Seja criativo e cativante

Para incentivar a criança a querer falar, elabore formas criativas para gerar a comunicação. Gravuras, gestos, brinquedos, dinâmicas ou músicas são exemplos de como criar uma interação e promover o diálogo.

8. Não deixe de corrigir os erros

É importante ressaltar as formas corretas de falar, mas de uma forma carinhosa:

  • Não entregue logo de cara algo que a criança apenas apontou ou balbuciou;

  • Pergunte a ela o que quer;

  • Quando for lhe dar um objeto, diga em voz alta o nome desse objeto;

  • Mesmo que você tenha entendido, não atenda ao “resmungo” da criança;

  • Fale de forma correta as palavras, mesmo que seja com uma criança.




Como saber se meu filho tem mutismo seletivo?

O mutismo seletivo afeta crianças pequenas e precisa de tratamento, tornando-se uma questão que aflige muitos pais! 

Meu filho está com um desenvolvimento normal? Quando são sintomas de mutismo seletivo? Será que meu filho tem atraso de fala? São perguntas que podem aparecer.


Por isso, separamos alguns pontos de atenção para as famílias sobre os filhos:


  • A criança não se comunica em algumas situações, mas em outras a fala é espontânea (ex: tem um perfil “quietinho” na escola, mas muito falante dentro de casa);

  • Dificuldade em interagir com outras pessoas, inclusive crianças, evitando o contato;

  • Timidez ou introversão excessiva, ao ponto de retrair o desenvolvimento e não conseguir estabelecer relações interpessoais;

  • Isolamento social;


  • Frustração, choro e comportamentos “tristes” em relação à interação verbal;

  • Dificuldade para se expressar;

  • Medo de situações sociais (ex: festas de aniversário);

  • Negativismo ou falta de confiança;

  • Traços compulsivos;

  • Apego à família ou ambientes específicos em que se sinta confortável e seguro;

  • Dificuldade em ir ao banheiro em espaços que não está acostumado;

  • Tendência a ataques de birra (comportamento opositor);


Mutismo seletivo teste para saber a condição da criança

A pesquisa por “mutismo seletivo teste” é bem comum pelos responsáveis por crianças com os sintomas aqui já mencionados.


Entretanto, a maioria dessas avaliações online não possui evidências ou garantia de eficácia. Esses testes “feitos por conta própria”, inclusive, podem ser sensacionalistas e gerar uma preocupação desnecessária.


Outra questão é o autodiagnostico, um problema que está atingindo muitas pessoas nos últimos tempos. No entanto, o diagnóstico deve ser dado apenas por profissionais da área, como um psiquiatra ou psicólogo infantil.


Sob a supervisão de um especialista, existem testes que podem ser feitos, geralmente, após os três anos de idade - faixa etária em que as crianças já costumam ter a capacidade da fala desenvolvida. 


Também é da alçada do profissional analisar o impacto do mutismo seletivo nas atividades sociais da criança, evitando prejuízos na vida escolar, na socialização, no desenvolvimento e em todos os âmbitos do crescimento. 


Por isso, o acompanhamento especializado aos pacientes com mutismo seletivo é imprescindível para garantir avanços na melhoria e solução do quadro. O diagnóstico, então, nem sempre será encontrado a partir de um mutismo seletivo teste


Agora que já leu sobre o mutismo seletivo, é hora de pensar sobre e compartilhar a informação com quem você sabe que precisa deste conteúdo.