Em 1988, a Constituição Brasileira estabelece a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que a educação é um dever do Estado e da família, e tem como objetivo o desenvolver plenamente o indivíduo, contribuindo para sua formação e participação como cidadão na sociedade. Nesse contexto, o debate sobre a parceria escola e família vem à tona, visto que diversos estudos apontam que a harmonia entre a instituição e os pais é uma das grandes responsáveis pelo bem estar e sucesso acadêmico das crianças.
Mas, por que essa união é tão importante? Cada vez mais, há uma pressão para que os alunos aprendam nas escolas. A sociedade atual exige que as crianças concluam seus estudos com boa capacidade de leitura, escrita, cálculo, pensamento lógico, e que desenvolvam também, inteligência socioemocional.
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Mesmo considerando que a criança passe grande parte do seu dia na escola, o tempo que ela com a família e a comunidade onde está inserida é maior, comparativamente. Sendo assim, é preciso entender que a educação não é responsabilidade única e exclusiva das instituições de ensino, e que não se limita às paredes da sala de aula.
Como trabalhar a parceria escola e família?
Antes de mais nada, é necessário que haja um interesse e comprometimento de ambas as partes envolvidas no processo de desenvolvimento da criança. Ou seja, a escola e a família devem estabelecer metas e trabalhar em conjunto para que as mesmas sejam cumpridas.
Existem diversas estratégias que as instituições podem ser implementar a fim de estreitar as relações entre o corpo docente e os familiares, como:
- Inserir os responsáveis na comunidade escolar, convidando-os para participar de atividades culturais e esportivas;
- Realizar palestrar sobre temas relacionados à educação e bem estar com especialistas;
- Marcar reuniões periódicas, acompanhando o desempenho da criança e oferecendo suporte em situações difíceis;
- Estar disponível para novas ideias e sugestões;
- Cumprir com o projeto político-pedagógico (PPP) apresentado aos familiares inicialmente.
Paralelamente, os familiares também devem exercer o seu papel na construção da parceria escola e família. O primeiro passo, é encontrar uma escola que esteja alinhada aos seus valores, dessa forma, eles podem ter uma confiança maior sobre as atitudes da escola diante de situações importantes.
Outras estratégias, são:
- Se engajar nos eventos e atividades propostas pela instituição de ensino;
- Comparecer e participar nas reuniões de pais e mestre, acompanhando o desenvolvimento dos seus filhos;
- Dialogar com a criança sobre a sua experiência escolar;
- Incentivar a autonomia e responsabilidade da criança, deixando-a resolver sozinha alguns problemas que venham a surgir na escola, principalmente aqueles relacionados à socialização;
- Em situações difíceis, escutar os dois lados (escola e filho) sem julgamentos prévios, a fim de compreender o que realmente ocorreu e então, solucionar a questão.
Vale lembrar que não existem fórmulas ou receitas prontas, mas é preciso lembrar que a educação exige empenho igual da escola e da família. Nem só as instituições e nem só os pais, devem ser os únicos responsáveis pela formação educacional da criança, pois ambas as partes se complementam.
Dentre as práticas que as famílias podem adotar neste processo estão hábitos como: demonstração de afeto, conversar sobre acontecimentos da vida cotidiana e do mundo, incentivar o hábito da leitura, visitar museus, bibliotecas, jardim e outras atividades culturais, estabelecer uma rotina de estudo, brincadeira, alimentação e descanso, e incentivar a prática de esporte e jogos educativos.
Benefícios de uma parceria saudável entre escola e família
A construção de uma parceria saudável entre escola e família é importantíssima para o desenvolvimento pleno da criança. Ao trabalhar em conjunto, as duas frentes ampliam o processo de ensino-aprendizagem do aluno, pois o estímulo e a troca de experiências acontecem tanto na sala de aula, quanto na mesa de jantar. Veja abaixo alguns dos diversos benefícios que a união instituição-pais pode trazer para as crianças e adolescentes:
- Melhor rendimento escolar;
- Aumento da autoestima e autoconfiança;
- Desenvolvimento de habilidades cognitivas, sociais e comportamentais;
- Promoção do bem estar;
- Maior resiliência perante situações difíceis.
Como diz o filósofo e professor Mario Sérgio Cortella, “a escolarização é apenas uma parte da educação. Educar é tarefa da família.”
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