Professor, escritor, filósofo, pernambucano. Este era Paulo Freire, um grande pensador brasileiro das Ciências Humanas e um dos mais reconhecidos em todo o planeta. Paulo Freire e educação, são palavras que andam juntas, quase que como uma extensão do nome do pensador.
Declarado como patrono da educação em 2012, as obras de Paulo Freire sobre educação marcaram as Ciências Humanas, a forma de pensar e transmitir o conhecimento, a pedagogia e também a vida de qualquer educador.
O pernambucano, falecido em 1997, completaria 103 anos no dia 19 de setembro de 2024, mas sua influência permanece viva. Suas ideias continuam moldando a educação em várias partes do mundo, sendo fonte de inspiração para educadores que buscam uma prática pedagógica mais humanista e libertadora.
Neste texto, exploraremos o impacto de Paulo Freire na educação e as principais contribuições do pensador para o desenvolvimento do pensamento crítico e da consciência social nas escolas.
Neste artigo você vai ver:
Como Paulo Freire ficou conhecido na educação?
Qual era a ideologia de Paulo Freire?
O que o Paulo Freire defendia?
Como Paulo Freire ficou conhecido na educação?
Nascido em 1921, apesar de sua formação em direito, o pernambucano ficou conhecido, entre outros feitos, pela atuação na educação e alfabetização de adultos, no qual realizou diversos projetos impactando a vida de centenas de pessoas.
Paulo Freire na educação foi pioneiro de um método de ensino inovador, defendendo a educação como principal ferramenta para a transformação social. Em 2012, foi declarado como patrono da educação brasileira, pela lei número 12.612 que reconheceu todo o trabalho do autor realizado ao longo de sua vida.
O trabalho do educador e suas ideias, romperam as fronteiras do Brasil. Ele recebeu reconhecimento em quase 50 instituições de ensino, como nas universidades de Harvard, Cambridge e Oxford. É considerado o brasileiro com mais títulos de doutorados honoris causa.
Paulo Freire e educação impactou e mudou a vida de diversas pessoas tanto no Brasil quanto em outros países como Chile, Estados Unidos, onde atuou como professor em Harvard, Suíça e países da África, desenvolvendo programas de alfabetização para os contextos locais.
O Instituto Paulo Freire, criado pelo próprio pedagogo em 12 de abril de 1991, se tornou uma Fundação oficial em setembro de 1992. Atualmente, o instituto conta com membros em mais de 90 países que ajudam a espalhar e manter vivo o legado do educador.
Qual era a ideologia de Paulo Freire?
Paulo Freire era um socialista cristão, ele acreditava em uma educação libertadora que promovesse a conscientização e a emancipação dos oprimidos.
Freire ensinava com base nas experiências de vida dos alunos, ajudando-os a refletir sobre sua realidade social e a desenvolver pensamento crítico. A velocidade do método de Paulo Freire sobre educação crítica gerava expectativa de transformação democrática.
Em 1963, ele aplicou seu método inovador em Angicos (RN), alfabetizando 300 trabalhadores rurais em apenas 45 dias.
Alguns dos 380 trabalhadores alfabetizados pelo método de Paulo Freire em Angicos (RN) / Crédito: Acervo
Tudo começou quando João Goulart, então presidente do Brasil, o convidou para coordenar o Programa Nacional de Alfabetização. Seu plano era expandir o projeto com a criação de 20 mil centros de cultura para educar 2 milhões de pessoas por ano.
No entanto, a ditadura militar de 1964 interrompeu o projeto, levando à prisão e ao exílio de Freire, que o levou a ficar 16 anos fora do país. Durante seu exílio no Chile, em 1968, ele escreveu sua obra mais famosa, Pedagogia do Oprimido.
Esta obra explora a relação entre Paulo Freire e educação, nela o autor argumenta que o conhecimento tem um papel crucial em conscientizar o povo e gerar senso crítico.
O que o Paulo Freire defendia?
A democratização da educação era a principal ideia defendida por Paulo Freire. O autor acreditava que o segredo para a transformação da sociedade estava no acesso à educação, por meio da formação de senso crítico.
Ele era contra a educação de cima para baixo e defendia o diálogo horizontal entre professor e aluno. Deixando de lado a visão tradicional da educação, na qual acontece apenas uma transferência passiva de conhecimento e o professor é visto como o único que possui a sabedoria, e o aluno é apenas aquele que recebe a lição.
A metodologia freireana
A metodologia freireana é um marco na educação crítica, centrada no diálogo e na construção coletiva do conhecimento. Freire acreditava que a educação deveria ser um ato solidário, acessível a todos, e que os professores precisam compreender a realidade dos alunos para que o processo de ensino-aprendizagem seja eficaz.
Antes de iniciar a alfabetização, os educadores devem identificar as palavras e questões significativas no cotidiano dos estudantes. Essa abordagem de Paulo Freire e educação permite que os alunos se sintam mais motivados e conectados, pois o aprendizado é pautado em suas próprias experiências e linguagem.
Paulo Freire e educação é entendido como uma troca dinâmica, na qual tanto professores quanto alunos são participantes ativos. Em vez de um fluxo unilateral de conhecimento, o diálogo horizontal estabelece uma relação de confiança e empatia, criando um ambiente de aprendizagem mais inclusivo e relevante.
Assim, a metodologia freireana não só promove a alfabetização, mas também o desenvolvimento do pensamento crítico, capacitando os alunos a se tornarem agentes de transformação em suas comunidades.
Obras mais conhecidas do autor
Não é à toa que Paulo Freire e educação se relacionam diretamente e nem por um acaso que o autor ficou conhecido em todo o mundo. Seus feitos e projetos impactam diretamente a vida das pessoas e suas obras continuam a refletir até os dias de hoje.
Além de “Pedagogia do Oprimido” outras obras que se destacam são:
Educação como prática da liberdade (1967)
Cartas à Guiné-Bissau (1975)
Educação e mudança (1981)
A importância do ato de ler em três artigos que se completam (1982)
Pedagogia da esperança (1992)
Política e educação (1993)
À sombra desta mangueira (1995)
Pedagogia da autonomia (1997)
Citações mais conhecidas do autor
Dentre as frases mais citadas de Paulo Freire e educação e utilizadas como mantra para muitos educadores, estão:
"Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor.";
"Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.";
"Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.";
"O educador se eterniza em cada ser que educa.";
“Só, na verdade, quem pensa certo, mesmo que, às vezes, pense errado, é quem pode ensinar a pensar certo.”;
“A educação, qualquer que seja ela, é sempre uma teoria do conhecimento posta em prática.”;
“Me movo como educador, porque, primeiro, me movo como gente.”;
“Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino.”;
“Onde quer que haja mulheres e homens, há sempre o que fazer, há sempre o que ensinar, há sempre o que aprender.”;
"A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem. Não pode temer o debate. A análise da realidade. Não pode fugir à discussão criadora, sob pena de ser uma farsa."
As ideias de Paulo Freire e educação, continuam representando as escolas e universidades que entendem a sala de aula como lugar de transformação social. Seu legado se manifesta na luta pela democratização do ensino, na valorização do diálogo e na formação de um senso crítico.
Ao desafiar modelos tradicionais, Paulo Freire e educação inspirou gerações de educadores a enxergar o ensinar como um processo colaborativo e libertador.
A influência de sua obra permanece ressoando no mundo, servindo como um guia para práticas pedagógicas que visam desenvolver a autonomia e o potencial de cada estudante.
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