Sinais de suicídio: veja quais alertas os pais devem ficar atentos

Receba dicas e conteúdos exclusivos para a educação do seu filho.

Texto atualizado em 08/07/2024.


O suicídio é a segunda causa de morte no planeta entre jovens de 15 a 24 anos, perdendo apenas para a violência. De acordo com uma pesquisa realizada pela Fiocruz, a taxa de suicídio entre crianças e jovens aumentou 3,7% no Brasil.


Ainda que muito discutido, o suicídio permanece sendo um tema polêmico e um tabu para a sociedade. Dessa forma, é preciso que os pais fiquem alertas a sinais de suicídio. 

Sinais de alerta para suicídio em adolescentes

Não há um comportamento específico para quem tem pensamentos suicidas, mas há sinais comuns de alerta. Dentre os mais evidentes, especialistas destacam:


  • Utilizar frases como “não aguento mais” ou “o mundo seria um lugar melhor sem mim”;

  • Falas sobre sentir-se vazio, sem esperança ou sem saída para os problemas;

  • Distribuição de itens pessoais e resolvendo pontas soltas;

  • Dizendo adeus a amigos e família;

  • Introspecção e isolamento;

  • Falta de planos, sonhos e metas;

  • Mudanças inesperadas de comportamento;

  • Mudanças no padrão de sono;

  • Distanciamento emocional.


É importante destacar que você pode notar um ou mais desses sinais em alguém que está pensando em suicídio. 

O que fazer ao observar sinais de depressão no meu filho?

Mas, afinal de contas, o que os pais podem fazer a respeito? Além de estar atento a todos os sinais, é importante manter um bom diálogo e comunicação com os filhos. 


Caso note algum sinal de depressão, é importante procurar ajuda psicológica. “Se possível, acompanhe-o a um profissional de saúde e peça orientação”, diz o psiquiatra da Rede Brasileira de Prevenção do Suicídio Carlos Felipe Almeida D’Oliveira. 


Também é importante manter ferramentas potenciais para o suicídio à distância, além de, em situações extremas, nunca permitir que o jovem fique sozinho por muito tempo.

Principais causas de suicídio nos adolescentes

Existem diversos fatores que podem levar um jovem ao suicídio. Cada caso é um caso, e é preciso ter cuidado ao analisar a situação. Mas, entre as principais causas de suicídio entre os jovens, podemos destacar:

1) Depressão

A depressão é um dos principais motivos que levam os jovens ao suicídio. A doença é silenciosa, e tem como principais características o sentimento de tristeza crônica e profunda, além da desesperança, pessimismo e a baixa auto-estima


Considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o mal do século, estima-se que a depressão atinja 300 milhões de pessoas em todo o mundo. Sendo assim, alguns sinais de depressão que você pode observar no seu filho são:


  • Queda de rendimento escolar;

  • Ansiedade, irritação e agressividade;

  • Alterações de apetite e de sono;

  • Desinteresse por atividades de que gostava de fazer;

  • Frequência de comentários negativos e autodepreciativos.


2) Conflitos amorosos ou familiares

Conflitos entre familiares ou em relacionamentos amorosos também podem ser responsáveis por suicídio entre jovens. Ambientes em que brigas e discussões sejam frequentes, especialmente dentro de casa, onde deveriam se sentir seguros e confortáveis, podem ter um impacto significativo.


Essas situações fazem com que a criança ou adolescente guarde para si suas angústias. Assim, acumulando e internalizando sentimentos ruins, esses jovens podem chegar a um ponto em que o suicídio parece ser a única saída.

3) Abuso de álcool e/ou drogas

De acordo com dados da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), 23% dos suicídios ocorridos no Brasil estão relacionados com a dependência por substâncias psicoativas. 


“O álcool modifica o funcionamento mental de quem o consome. Os indivíduos ficam desinibidos e perdem o senso crítico e a capacidade de julgamento”, justifica o psiquiatra Antônio Geraldo da Silva, coordenador Nacional da Campanha Setembro Amarelo.

4) Bullying

O bullying pode se tornar um gatilho para a ansiedade, depressão e até mesmo para o suicídio. 


Recentemente um levantamento realizado no Reino Unido apontou que na faixa etária de 11 a 16 anos, pelo menos 17% dos adolescentes vítimas de bullying consideram tirar a própria vida para fugir da perseguição. 


Os dados são alarmantes, por isso, os pais precisam saber como evitar o bullying, além de saber como identificá-lo. 

5) Traumas emocionais

Traumas emocionais, especialmente desenvolvidos na infância, podem ser definidos como a exposição de uma criança às circunstâncias de violência física, psicológica ou sexual e/ou negligência. E estes, sem o acompanhamento psicológico e a atenção necessária pode ser um dos principais motivos para que o suicídio aconteça.


A falta de conhecimento e o receio de tocar no assunto afetam diretamente na forma com que a situação pode ser conduzida, e pode até mesmo interferir em casos extremos, onde, através do diálogo e do acompanhamento psicológico adequado, ele poderia ter sido evitado.