Motivar os alunos, sem dúvida, foi um dos tantos desafios enfrentados pelos professores nos últimos meses. Com o fechamento das escolas em março, estudantes de todas as idades se viram afastados de seus amigos, dos professores e do ambiente no qual eles passam grande parte dos seus dias.
A escola invadiu as casas e trouxe novas distrações para a rotina escolar: a cama, a televisão, o videogame, os livros de ficção e até mesmo a procrastinação. Mas e agora, como motivar os alunos reconquistando sua atenção e garantindo a dedicação ao novo formato de estudos?
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Se o professor já era reconhecido por desempenhar um papel fundamental na formação dos indivíduos, hoje eles são símbolos de inovação e adaptabilidade. Manter as atividades escolares durante esses últimos meses não tem sido fácil. Além de vencer as dificuldades de usabilidade, o corpo docente também tem trabalhado incessantemente para reduzir as distâncias entre o aluno e o aprendizado. Pensando nisso, separamos aqui algumas dicas para ajudar você, professor, a motivar os alunos de sua turma.
1- Organizar uma rotina diária
Para motivar os alunos a estudar, não basta apenas estabelecer um cronograma repleto de horários de estudo. Uma rotina produtiva mistura momentos de concentração e foco com pausas para refeições, lazer e prática de atividades voltadas para o corpo. Especialistas em gestão de tempo afirmam que os momentos de relaxamento são tão importantes quanto os momentos de foco para a produtividade. Isso porque outras partes do cérebro são estimuladas através da música e do esporte, por exemplo.
Desse modo, os professores devem estimular os alunos a dividirem seus dias em blocos e reservarem partes específicas para cada atividade, desde a hora de acordar até o momento de voltar para a cama. Mesmo que as crianças não possam sair de casa, é importante brincar de bola, fazer algum tipo de alongamento ou até mesmo sair caminhando pelo quintal, por exemplo.
Na organização dessa rotina diária, também é fundamental separar uma quantidade razoável de sono. Uma noite mal dormida pode não somente comprometer o rendimento de um dia de estudo, como também atrapalhar o desenvolvimento das atividades ao longo da semana.
2- Definir prazos e metas também ajuda a motivar os alunos
Definir prazos e metas é uma ótima estratégia para combater a procrastinação e garantir que o planejamento será executado dentro do prazo. Deixar algumas resoluções para a última hora já era bastante comum em tempos normais. Porém, agora que estamos passando 100% do tempo em casa, é natural que a preguiça fale mais alto ou que sejamos distraídos por outras coisas, como o celular e a Netflix.
Embora as resoluções sobre o ano letivo 2020 ainda sejam incertas, os alunos precisam manter um ritmo de estudo, dentro das possibilidades, para diminuir a defasagem no aprendizado. No caso dos alunos do ensino médio, por exemplo, existem datas de vestibulares já remarcados e o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) também segue com um novo planejamento. Isso significa que os alunos tem um prazo a crumpri e precisam de um cronograma de preparação para essas provas.
Nesse sentido, vale observar que a entrega e execução da rotina proposta depende muito mais da autonomia do aluno. Uma vez que o professor não consegue estar de olho na turma como costumava fazer, cabe ao aluno assumir a responsabilidade sobre seus estudos.
Por um lado, o modelo de ensino remoto permitiu que estudantes desenvolvessem uma disciplina consciente. Em outras palavras, os estudantes têm sentido e aprendido que precisam cumprir com seus deveres escolares para crescimento próprio, não porque são obrigados pelo professor.
Em um nível mais avançado, essa disciplina consciente é capaz de permitir que o aluno faça uma prova, em sua casa e sem colar porque ele entende que o aprendizado é mais importante do que a nota obtida. Assim, o professor consegue motivar os alunos a realizar uma frequente autoavaliação, de modo que eles enxerguem o seu protagonismo no processo educativo.
3- Conhecer a realidade dos alunos
Conhecer os alunos é uma parte importante no processo de motivação. Sem conhecer a realidade dos estudantes, é impossível propor soluções executáveis e que tenham sentido com o dia-a-dia deles. Quais são as dificuldades enfrentadas pelos alunos em suas rotinas diárias de estudos? Eles possuem os equipamentos necessários para realização das atividades? O rendimento da turma melhorou ou piorou nos último meses? Como eles têm se sentido?
É preciso sempre lembrar que o momento tem sido desafiador para todos, inclusive para os alunos. Nesse momento, a preocupação deve ir além dos protocolos de biossegurança, compreendendo também os efeitos da pandemia para a saúde emocional dos jovens e crianças.
Ainda não superamos a tempestade mas conseguimos nos ajustar, até aqui, aos novos paradigmas. O relacionamento entre a escola e a família deve estar mais próximo do que nunca, para que ambos consigam trabalhar em parceria para atender os anseios dos alunos.
4- Propor atividades relacionadas com a vivência diária
Se a casa agora é parte da escola, por que não propor atividades relacionadas com o dia-a-dia dos alunos? Para as crianças mais novas, o processo de aprendizagem pode acontecer por meio da execução de tarefas domésticas, seja para desenvolvimento de habilidades motoras ou do senso de responsabilidade e coletividade. Também é possível ensinar finanças para os alunos mais velhos. Nunca é cedo para entender as taxas de juros, aprender a economizar dinheiro e a lógica por trás da Declaração do Imposto de Renda.
5- Motivar os alunos também significa manter o bom humor
Sabemos que dificilmente estaremos felizes 100% do tempo, especialmente quando enfrentamos algum tipo de dificuldade. Entretanto, manter o bom humor pode motivar os alunos a encarar a situação por uma outra perspectiva, contribuído para a solução dos problemas.
Assim como uma boa rotina diária mescla momentos de foco e descontração, o clima das aulas também deve mesclar seriedade e risada. Nesse momento de isolamento social, é muito importante que os alunos ainda sintam a presença do clima de sala de aula, mesmo que a interação com os colegas seja apenas online.
Além disso, um ambiente com clima leve e descontraído permite que o aluno também se sinta à vontade para compartilhar suas dificuldades e procurar ajuda. A distância imposta pela pandemia não pode ser um impeditivo para o aluno buscar o auxílio do professor e dos colegas quando precisar.
Valeu ai pelas informacoes. Muito bom!