O retorno das aulas presenciais já foi autorizado em dezessete estados do país [atualizado em 22 de outubro de 2020]. Ainda que a reabertura das escolas divida opiniões, é preciso observar a necessidade de pais, alunos e professores nesse momento de retomada das atividades econômicas. Considerando a realidade diversa do país, cada gestor precisa ficar bastante atento às medidas tomadas pelos responsáveis de seus estados e municípios.
Se você já realizou a pesquisa com os pais e optou pelo retorno das aulas presenciais ainda neste ano, separamos algumas dicas para você manter o desenvolvimento das atividades de maneira segura.
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1- Mantenha-se informado sobre as decisões dos órgãos competentes
No dia 07 de outubro, o Ministério da Educação (MEC) apresentou um guia para retorno das aulas presenciais na educação básica. No documento, o governo afirma ter elaborado o protocolo sanitário tendo como base as orientações de entidades multilaterais. São citadas como referência a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Organização PanAmericana de Saúde (Opas), a Unesco e o Unicef.
Um trecho do afirma que “cumpre ressaltar que a decisão de retorno às aulas presenciais deve ser tomada pelos governos subnacionais de acordo com orientação das autoridades sanitárias locais”. Desse modo, caberá às prefeituras e governos estaduais, em conjunto com as escolas, decidir um retorno gradual ou de todos os alunos de uma vez.
Isso sigifica que, além de acompanhar os planos de retomada econômica dos estados, o gestor escolar também precisa ficar atento aos decretos municipais. A prefeituras determinarão as condições de reabertura das escolas, estabelecendo datas e protocolos a serem respeitados.
Em adição, é importante também ficar de olho nas resoluções e pareceres do Conselho Nacional de Educação (CNE). Nos documentos mais recentes, o Parecer CNE/CP 11/2020 e o Parecer CNE/CP 5/2020, é possível encontrar orientações preventivas sobre a disseminação do novo coronavírus (COVID-19), bem como critérios para o retorno das aulas presenciais.
No começo do mês de outubro, o CNE também aprovou uma resolução que garante a continuidade do ensino remoto até o final de 2021 e abre a possibilidade de unificação de dois anos letivos em um. O documento ainda precisa ser homologado pelo MEC (Ministério da Educação) e a adesão das redes de ensino é voluntária.
2- Converse constantemente com os pais sobre o retorno das aulas presenciais
Assim como a comunicação com as família foi fundamental para fazer o ensino a distância acontecer, ela também será indispensável para a manutenção do bom relacionamento entre as partes. A gestão escolar deve ser transparente sobre as tomadas de decisões, a planilha de custos e qualquer mudança no ambiente escolar. Sabemos que essa já era uma prática da gestão escolar eficiente, contudo, o contexto atual pede uma atenção especial nesse sentido.
Organize seus canais de comunicação e mantenha-os ativo. Compartilhe com os estudantes e seus responsáveis as decisões dos órgãos oficiais, bem como notícias e pesquisas que possam contribuir para a compreensão do momento que estamos vivendo. O gestor escolar precisa estar muito bem informado para conseguir garantir que sua escola seja um ambiente seguro para a comunidade.
3- Divulgue amplamente os protocolos de biossegurança adotados pela sua escola
Os protocolos de biossegurança adotados pela escola precisam ser amplamentes divulgados. Mesmo que sua instituição esteja se preparando há meses para esse retorno, é importante reforçar as medidas com as famílias. A divulgação é importante não somente para garantir a segurança de todos no ambiente escolar, como também é necessária na prestação de contas dos investimentos feitos.
Além disso, o gestor escolar precisa ter certeza de que elas estão sendo cumpridas no dia-a-dia. O período de rematrícula chegou e os novos contratos de prestação de serviço deverão ser assinados. Isso significa que o acordo escola-família deverá ser reafirmado e, nesse realidade de pandemia, o novo normal não pode ser deixado de lado.
4- Dê atenção para o acolhimento socioemocional dos alunos
Um dos argumentos dentre aqueles que defendem o retorno das aulas presenciais é a necessidade de acolhimento socioemocional dos alunos. O isolamento social afetou a todos e de diversas maneiras. No caso das crianças, elas estão lidando com os impactos do distanciamento da escola na aprendizagem, o falta de convívio social, além dos diversos sentimentos trazidos pela pandemia.
Durante o acolhimento, a escola deve estar preparada para ajudar os estudantes a lidar com o luto, medo, estresse, a ansiedade, insegurança, tristeza, e demais angústias. Vale ressaltar que esse trabalho será bem desenvolvido somente se o corpo docente e demais funcionários estiverem preparados para lidar com isso. Em outras palavras, é preciso acolher primeiro o funcionários para que eles tenham capacidade emocional para lidar os estudantes que também precisam de acolhimento.
5- Mantenha uma comunicação constante com os pais sobre o estado de saúde das crianças
As crianças são o grupo sobre o qual a ciência tem menos certezas em relação ao COVID-19. Desse modo, é preciso que família e professores fiquem muito atentos a qualquer alteração no estado físico delas. Os casos assintomáticos são impossíveis de serem controlados, mas a qualquer sintoma da doença, a escola precisa ser comunicada e o isolamento deve começar. É fundamental que a gestão escolar reforce essa responsabilidade constantemente com as famílias.