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Semana Pedagógica: Adaptação das Atividades e Avaliações na Educação Inclusiva

Na última live da Terceira Semana Pedagógica, Jussara Misael, especialista em gestão escolar e neuropsicóloga educacional, e Wania Emerich Burmester, mestra em psicologia da educação, trouxeram mais conteúdos a respeito da educação inclusiva, especialmente sobre a adaptação das atividades e avaliações. 

Ao longo da apresentação, vários pontos foram reforçados, inclusive dos dois dias anteriores. A individualidade de cada aluno foi novamente um dos pontos mais tratados, assim como a importância de alinhar as expectativas da família com a escola. 

Veja também:
+ Semana Pedagógica: Definição e Fundamentos Legais da Educação Inclusiva
+ Semana Pedagógica: Formação do Educador e Planejamento de Aulas na Educação Inclusiva

Para acessar o material completo apresentado pelas especialistas, confira no vídeo abaixo! No seguinte artigo, separamos os principais tópicos que foram trazidos para a discussão. 

Adaptar não é facilitar!

Antes de aplicá-las, as adaptações devem ser planejadas. É preciso analisar todos os âmbitos, desde o Plano de Educação Individualizado (PEI) ou Plano de Desenvolvimento Individual (PDI), conduta do professor, até as atividades e avaliações passadas para toda a turma. 

A flexibilidade é o principal ponto da educação inclusiva, isso porque nem sempre há a necessidade de adaptar o PEI/PEI, mas sim apenas mudar a maneira como o professor aborda determinados assuntos. 

De acordo com Wania, “a adaptação tem que parecer com um game”, ou seja: as propostas não podem ser muito fáceis para a criança não ficar entediada, e ao mesmo tempo nem muito difíceis, para ela não desanimar. 

Como fazer mudanças curriculares (PEI/PDI)?

Além de proporem reflexões sobre a pauta, as especialistas também apresentaram uma tabela para exemplificar como os outros profissionais podem fazer. Vale ressaltar que não existe um modelo oficial a ser seguido, cada escola pode criar a própria metodologia de adaptação. Alguns tópicos destacados foram:

  • As alterações devem partir do plano de série em que o aluno está matriculado;
  • Todas as propostas de adaptações têm que respeitar a individualidade de cada um, considerando as habilidades e competências;
  • Quando necessário, pode haver retomada de conteúdos anteriores;
  • Além das mudanças realizadas, a forma de conduta do professor e qualquer atividade diferenciada precisam estar registradas. Por exemplo, casos em que a criança faz terapia no horário de aula;
  • Inserir observações relevantes para o PEI, como as especificidades de cada atividade feita. Aquilo que foi proposto, mas não desenvolvido, também deve entrar nos registros.

A mestra em psicologia da educação, Wania, reforça que sempre deve apresentar todo o conteúdo didático para a criança, mas respeitando o tempo dela. Se necessário, os materiais podem ser acrescentados ou trabalhados depois — mas nunca deixados de lado.

Outra informação sobre o PEI é que ele só pode ser modificado se o estudante for laudado. Porém, nem todo aluno com laudo precisa de alteração no documento. O que define um laudo é o CID, o qual nunca é a escola que dá, mas sim um pediatra, psiquiatra, fonoaudiólogo, neurologista ou terapeuta.

O tipo de conduta do professor durante as adaptações

É importante que o profissional preze pelos seguintes aspectos ao trabalhar com a educação inclusiva: 

  • Escuta ativa, ou seja, dar voz ao aluno;
  • Observação focada;
  • Desenvolver as atividades juntos;
  • Acreditar no potencial individual de cada um;
  • Registrar o desenvolvimento da criança, através de desafios e cobranças no desempenho.

Além dos tópicos mencionados, o olhar sensível em relação ao outro deve prevalecer. As profissionais dão o exemplo de como um autista com hiperfoco enxerga uma situação. Não há um entendimento sobre todo o contexto, mas sim apenas de uma pequena parte do que está de fato acontecendo. Deixar os estigmas e rótulos de lado é o primeiro passo para desenvolver essa sensibilidade no olhar.

Adaptação das atividades

O livro didático pode ser modificado individualmente a partir de atividades gráficas para complementação, novos exercícios para desenvolver especificamente as competências daquele aluno, acompanhamento de tutoria ou uso de carimbos e post it para sinalizar qualquer adaptação feita nas tarefas. 

As alterações não devem ser pensadas a partir do laudo da criança, mas sim pelas limitações dela. Cabe ao professor observar quais habilidades precisam ser desenvolvidas e trabalhadas. O estudante não se resume a um diagnóstico e por isso ele deve ser visto como um ser humano integral. 

Outro ponto para ressaltar é que mesmo o livro sendo avançado para o aluno, ele ainda deve permanecer com ele. Isso traz a ideia de pertencimento e de envolvimento com o restante da classe. Para que o caderno não fique em branco, o professor pode alinhar as ideias com os pais, como registrar em portfólio online, sinalizar que a atividade foi substituída, entre outras alternativas.

Adaptação das avaliações

Mais uma vez, a individualidade do aluno deve ser o foco. Através dos exemplos, Jussara e Wania mostram que os enunciados podem ser reduzidos quando necessário, assim como ilustrações também devem ser inseridas para ajudar na compreensão. As questões precisam desafiar e avaliar os alunos, mas disponibilizar leitor ou escriba também são recursos consideráveis. 

Para finalizar, como registrar todas as adaptações? 

Utilize os instrumentos e recursos que estão à sua disposição, seja por meio físico ou digital. Relatórios descritivos, fotos, vídeos e quadro de rubricas são as principais opções sugeridas, principalmente por serem de fácil manuseio tanto pelos professores, quanto pela família. 

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