É comum que durante o período escolar os alunos achem algumas disciplinas mais complicadas do que outras. Porém, quando essa questão passa a interferir no rendimento acadêmico e ser persistente, é preciso dar uma atenção diferenciada para o que está de fato acontecendo. Situações assim podem indicar um quadro de dificuldade de aprendizagem.
Nem sempre é simples reconhecer o que está ocorrendo com o estudante, principalmente quando ele apresenta uma personalidade mais introspectiva em relação à turma. O primeiro passo é reparar no histórico escolar e nos momentos em que ele parece mais desconfortável em precisar fazer algo.
O que é a dificuldade de aprendizagem?
É válido ressaltar que a dificuldade de aprendizagem não significa falta de inteligência ou motivação do aluno para aprender, como muitas vezes são rotulados pela própria família, escola e colegas. A dificuldade para aprender conteúdos escolares está relacionada com fatores biológicos e até mesmo culturais, a partir das vivências que a criança ou jovem já teve.
O problema pode se apresentar em várias disciplinas ou em específicas. Por exemplo, quando a pessoa tem complicações em ler, nomeia-se como dislexia; já quando essa questão é para matemática, chama-se de discalculia. Não tem uma regra de como o diagnóstico se apresenta, por isso os professores e a família devem estar atentos ao rendimento escolar de cada um.
Como identificar se o aluno tem dificuldade de aprendizagem?
Existe uma grande variação de sintomas nos quadros em que os estudantes apresentam dificuldade de aprendizagem, isso porque há distúrbios que podem estar envolvidos, como TDAH, autismo e dislexia. Por essa razão, é tão necessária a investigação psicopedagoga, para que se tenha uma conclusão certeira.
Normalmente, o aluno com dificuldade de aprendizagem pode demonstrar problemas com a atenção, ansiedade, inquietação e até mesmo sinais de depressão. Essas características também estão relacionadas aos transtornos citados acima, por isso podem gerar confusão na interpretação superficial.
Quais os planos de ação para alunos com dificuldade de aprendizagem?
Primeiramente, os profissionais da escola e familiares devem ser orientados a respeito do assunto, para que assim quaisquer dúvidas sejam esclarecidas e os estigmas também fiquem para trás. Esses alunos precisam de apoio, não julgamentos sem fundamentação. Entre os planos de ação a serem adotados, pode-se citar:
1) O professor deve observar e acompanhar o rendimento deste estudante
Muitas vezes, o professor é o primeiro a perceber a dificuldade de aprendizagem. A partir dessa percepção, ele deve investigar o caso e levar a informação aos responsáveis. Outro ponto importante nessa função é a confiança que o aluno desenvolve pela figura do profissional, o que se torna um fator motivador para ambos envolvidos.
2) Dar auxílio ao processo de aprendizagem
A partir da aproximação, o professor irá se adaptar à rotina da criança/jovem e saberá como oferecer ajuda de forma mais eficiente. A orientação primordial é descobrir as potencialidades e dar oportunidade para que o aluno as desenvolva dentro da sala de aula.
3) Aprender mais sobre as dificuldades
Tanto em termos gerais, como em cada caso específico, os profissionais da educação e a família devem estar cientes de como lidar com esse quadro e quais são as habilidades cognitivas envolvidas. Através dessa concepção, ficará mais fácil ajudar o estudante a superar esse tipo de impasse.
4) Proporcionar aulas mais dinâmicas
Fuja do padrão! O ensino deve ser adaptado para esse perfil na sala de aula, de forma que todos possam acompanhar e manter o mesmo ritmo. Além disso, essa é uma maneira de integrar ainda mais a turma, como uma estratégia de motivação e dedicação aos estudos. Busque por temas exclusivos para trabalhar, promova rodas de conversa e dê abertura para que cada um expresse a própria opinião.
Esse não é um processo individual
A união entre o corpo estudantil, professores e família é a base necessária para lidar com a dificuldade de aprendizagem que alguns alunos podem apresentar. Esse não é um caso em que o estudante deve ser excluído ou taxado como “diferente” dos demais colegas. Dar espaço para tratar esse assunto é um jeito de agregar ainda mais respeito, empatia e solidariedade para todo o grupo.