Com os últimos acontecimentos que incluíram a violência nas escolas brasileiras, o discurso de ódio ficou em evidência mais uma vez, sobretudo na relação do mundo virtual/real, com incitações de ódio originadas através das redes sociais.
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Ao longo do último ano, a frequência de ataques a escolas cresceu no Brasil, com 5 ataques fatais registrados desde setembro de 2022 até abril de 2023. Considerando os casos dos últimos 12 anos, pelo menos 37 pessoas morreram em atentados em instituições brasileiras. Foram 11 atentatos realizados desde 2011 em unidades de ensino em todo o país, sendo o massacre de Realengo (RJ) o mais fatal, com 12 mortes. Mas o que existe por trás desses ataques?
Atualmente existe um grande debate acerca da linha tênue entre liberdade de expressão e discurso de ódio. O primeiro é fundamental para uma democracia existir, o outro, por sua vez, representa uma fala intolerante e sem empatia.
Sendo assim, precisamos entender com mais profundidade sobre a necessidade de se compreender o que caracteriza um discurso de ódio e quão prejudicial ele pode ser para uma sociedade democrática e também, posteriormente, na vida das crianças. Acompanhe a leitura.
O discurso de ódio na escola
De acordo com pesquisadores e professores das áreas de psicologia e educação, existe um cenário de intolerância visto nas escolas de maneira multifatorial, mas que pode ser explicado a partir de alguns episódios.
Em linhas gerais, o discurso de ódio é uma forma de expressão que promove discriminação, assédio ou violência contra um grupo específico de pessoas, sendo elas, na maioria das vezes, consideradas minorias sociais, que envolvem vertentes como classe, raça, gênero e religião. Esses discursos que possuem a violência enquanto norteador, pode ser incentivado sobretudo por grupos que atuam de maneira virtual.
É importante ressaltar que esse tipo de retórica também pode estar presente em outros discursos influenciadores além das redes sociais, como programas de TV, sites ou discursos políticos. No entanto, o potencial aparece com maior evidência na internet.
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“Nas redes temos um agravante, que são os mecanismos de recomendação algorítmica e personalização da informação. Ou seja, quanto mais o usuário busca e consome esse tipo de conteúdo, mais ele acaba entrando no universo em que estão situadas essas ideias violentas”, destacou Mariana Ochs, da EducaMídia.
Como tratar sobre o discurso de ódio na escola?
Além de pensar em uma construção constante de diálogo sobre o respeito à diversidade em todos os aspectos, é possível estimular o debate sobre os limites da liberdade de expressão.
Os debates podem ser feitos com a ajuda de materiais midiáticos que contenham esse tipo de manifestação para que os alunos analisem o que está sendo apresentado e possam desenvolver um olhar crítico em relação ao discurso de ódio.
Uma outra dica é personalizar a discussão, apresentando dados e relatos reais, de pessoas que sofreram com essa prática, para que os alunos entendam os impactos reais na vida das pessoas. Outro caminho, ainda, é buscar alternativas positivas em defesa das diversidades e do combate ao discurso de ódio que possam servir de exemplo até mesmo em projetos da escola.
E então, gostou deste conteúdo? Utilizar de ferramentas de conscientização e discussões sobre o discurso de ódio ajudam no entendimento da problemática e no combate em ambientes escolares. Compartilhe esse conteúdo com outros colegas.