A educação em período integral é bastante comum na rede privada de ensino mas tem se tornado uma opção também para os alunos da educação pública. Isso porque o formato integral oferece diversos benefícios para o aluno e permite que a escola participe de maneira ainda mais ativa da formação dos indivíduos. A procura das famílias por esse modelo de ensino vem crescendo desde 2017. Se a sua escola ainda não oferece educação em período integral, esse post vai te ajudar a entender tudo sobre o tema.
Leia também:
+ LGPD para escolas: de olho na nova lei
No dia 05 de novembro, o governador do Estado de São Paulo, João Dória (PSDB), e o secretário da Educação, Rossieli soares, anunciaram que mais 400 escolas da rede estadual passarão a fazer parte do Programa de Ensino Integral (PEI) a partir de 2021. De acordo com Dória, as novas adesões totalizaram 1.064 escolas no formato em todo o estado, atingindo mais de 500 mil alunos. O Governador também explicou que vai seguir com o objetivo de ter mais escolas e mais alunos em tempo integral em São Paulo.
Nesse sentido, vale observar que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB – Lei nº 9.394/96), promulgada no ano de 1996, já previa a ampliação gradual da jornada escolar. Posteriormente, o Plano Nacional de Educação (PNE – Lei nº 10.172/01) e o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE – Decreto nº 6.094/07) incorporaram e detalharam o objetivo.
Com a educação em tempo integral crescendo no país, é preciso compreender mais detalhadamente quais são as vantagens e desafios desse modelo de ensino.
O que é educação em período integral?
O primeiro passo é compreender que existe uma diferença entre ensino integral e contraturno escolar. Quando se fala em contraturno, trata-se de uma extensão da aprendizagem realizada por meio de atividades complementares no turno oposto ao qual o estudante está matriculado. Dessa forma, a instituição oferece atividades complementares à grade de ensino, como oficina, projetos e workshops dos mais diversos temas.
Já a educação em período integral, ocorre de maneira mais alinhada com a proposta pedagógica da escola. Não trata-se apenas de um preenchimento do tempo livre do aluno, mas sim de uma estrutura preparada para acompanhar o desenvolvimento do aluno, seja na realização de tarefas ou estudos. Para oferecer a opção de ensino integral, a instituição precisa ter os ambientes adequados para a realização das atividades.
Além disso, o aluno também faz refeições na escola, que devem ser planejadas por um profissional da área de nutrição. Nesse sentido, é possível perceber que o modelo de ensino integral visa oferecer ao aluno uma experiência completa de desenvolvimento. A grade curricular será organizada com foco na aprendizagem e não no tempo de permanência na escola.
+ Competências da BNCC no ano letivo 2020
+ Educação financeira nas escolas: mudança cultural
Vantagens do ensino integral
Quando bem planejada, a educação em período integral oferece ao aluno um aproveitamento maior do seu tempo ocioso e aumentando sua produtividade. Isso pode ser observado na melhoria do desempenho do aluno, que pode contar com horários específicos ao longo do dia para solucionar dúvidas e receber apoio nas dificuldades.
O estudante também ganha mais autonomia para organizar e executar suas atividades escolares, podendo recorrer aos docentes se assim o desejar. E essa dinâmica de educativa também favorece as relações pessoais dentro do ambiente escolar. Ao passar mais tempo na escola, os jovens acabam se afastando de situações de risco social, algo que preocupa muito as famílias.
Além disso, atividades de lazer, esporte e cultura também podem ser incluídas na grade integral. Desse modo, os estudantes podem descobrir novas habilidades, gostos e explorar áreas do conhecimento para o futuro profissional.
Desafios da escola em período integral
Para assumir o compromisso com a educação em período integral, a escola precisa ter um um projeto pedagógico bastante detalhado. As famílias precisam entender de maneira clara e objetiva como é a carga horária integral, assim como quais vantagens ela oferecerá para os alunos. Sem o planejamento adequado, o ensino integral pode ser massante e não oferecer aprendizagens significativas. Como dito, passar mais tempo na escola não significa que o estudante está se desenvolvendo em tempo integral. A carga horária precisa ser organizada para ser melhor aproveitada.
Nesse sentido, o fato dos estudantes passarem a quase totalidade de seu dia na escola pode passar a ideia de que a família não mais participação ou responsabilidade no processo. Mas essa é uma interpretação errônea. Os pais e responsáveis desempenham um papel fundamental na jornada escolar das crianças e dos jovens. Estudos mostram que o rendimento dos alunos é maior quando a família participa de maneira ativa da rotina de estudo de seus filhos.
Desse modo, os objetivos acadêmicos devem ser apresentados às famílias por meio do projeto pedagógico e as famílias não precisam sentir que serão excluídas do dia a dia de seus filhos. Afinal, trata-se de apenas uma espera do desenvolvimento do indivíduo.
Por fim, a infraestrutura da instituição precisa ser suficiente para oferecer as acomodações necessários ao convívio e bem-estar do aluno. Portanto, antes de oferta o método de ensino para as famílias, é preciso que a gestão faça as adaptações cabíveis no espaço que possui. Vale observar que os investimentos feitos nas instalações do prédio favorecem a percepção de valor que os pais têm da escola, aumentando assim a atratividade para novas matrículas.