A crise econômica decorrente da pandemia do coronavírus (COVID-19) continua apertando o bolso do brasileiro. De acordo com um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado no último dia 6, em novembro de 2020 o rendimento médio da população correspondeu a 93,7% da renda média habitual. Com a queda no rendimento familiar, é preciso fazer alguns cortes para equilibrar as contas.
Ainda de acordo com o Ipea, os trabalhadores autônomos foram os que mais sofreram redução de rendimentos, tendo recebido 85,4% do valor habitual em novembro. O instituto utilizou como bases para o estudo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) COVID-19, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Além disso, o número de pedidos de seguro-desemprego apresentou um aumento de 1,9% em 2020 comparado com o ano anterior. A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia informou que foram registradas aproximadamente 6,8 milhões de solicitações do benefício em 2020. No trimestre encerrado em outubro, a taxa de desemprego no país chegou a 14,3%, afetando 14,1 milhões de pessoas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com a redução de renda, os cortes no orçamento familiar são inevitáveis e um setor que vem sentindo o impacto dessas reduções é o mercado educacional. Segundo pesquisa realizada pelo Melhor Escola, marketplace de educação básica , as escolas da rede privada de ensino têm perdido alunos na rematrícula. O estudo revelou que 63,10% das escolas observaram queda na taxa de rematrícula para o ano letivo de 2021. Somente 20,56% afirmaram ter observado um aumento na quantidade de renovações, enquanto o restante, 16,43%, não notaram alteração nos números.
Descontos nas mensalidades escolares têm sido a solução para queda no rendimento familiar
De acordo com Juliano Souza, fundador do Melhor Escola, o impacto na taxa de rematrícula pode ter sido motivado por três fatores. “O primeiro tem relação com a crise econômica, já que muitas famílias tiveram redução de renda nos últimos meses. O segundo está na insatisfação das famílias com a forma como a escola conduziu todo o processo durante a pandemia. Por fim, existem muitas famílias esperando para ver o que vai acontecer,” conta Souza.
Isso significa que as famílias estão mais reflexivas em relação à renovação do contrato de prestação de serviço educacional. Grande parte delas têm optado por matricular as crianças em uma nova escola para que o valor da mensalidade possa se adequar a queda no rendimento familiar.
Eliana C. de Oliveira acabou trocando seu filho de escola no final do ano passado. Ela pesquisou por instituições que oferecessem ao menino de 7 anos uma educação de qualidade, com boa infraestrutura e por um preço melhor. “Tentando conciliar esta busca de crescimento com um valor acessível, optamos por uma nova instituição que nos ofereceu todos os requisitos com um programa de bolsa. A oferta de bolsa foi fundamental para a escolha”, conta.
Buscas por descontos tendem a crescer
Essa procura tem crescido cada vez mais. Em dezembro de 2020, o site do Melhor Escola registrou um aumento de 27% na sua taxa de busca e venda de bolsas de estudos em relação ao mesmo período do ano anterior. Somente no último trimestre o buscador de escolas teve aproximadamente 5,7 milhões de visualizações.
Atualmente, o marketplace conta com 7.800 escolas parceiras oferecendo descontos de até 80% na mensalidade. Para as famílias, os descontos atraentes possibilitam o reajuste no orçamento com a manutenção das matrículas na rede privada de ensino. Já para as escolas, o aumento nas buscas por essas vagas diminui o efeito cascata – quando os alunos acabam saindo da escola privada e ingressam na rede pública.