Segundo dados da ‘Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD): Pessoas com Deficiência 2022’, divulgada no ano passado, apontam que a população com deficiência no Brasil com dois anos ou mais foi estimada em 18,6 milhões de pessoas, o que corresponde a 8,9% da população dessa faixa etária.
Para garantir que essas pessoas tenham cada vez mais autonomia, qualidade de vida e acesso a uma educação inclusiva, o uso de soluções diferenciadas e modernas podem ser bastante úteis.
Nesse cenário, a tecnologia assistiva na educação destaca-se como uma grande aliada das pessoas com deficiência.
Neste artigo, vamos falar mais sobre o uso da tecnologia assistiva na educação e o que é tecnologia assistiva. Continue lendo para esclarecer suas dúvidas!
O que é uma tecnologia assistiva?
De modo geral, a tecnologia assistiva refere-se a um conjunto de recursos e serviços que visam promover a funcionalidade, independência e inclusão de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
Esses recursos incluem dispositivos, equipamentos, sistemas e estratégias que auxiliam na realização de tarefas diárias e na superação de barreiras impostas por limitações físicas, sensoriais ou cognitivas.
Exemplos de tecnologias assistivas são:
- Cadeiras de rodas;
- Próteses;
- Softwares de leitura de tela;
- Adaptações de ambientes, como rampas e elevadores.
Além de melhorar a qualidade de vida dos usuários, essas tecnologias desempenham um papel crucial na garantia de direitos, como o acesso à educação, ao trabalho e à participação plena na sociedade.
Ao proporcionar maior autonomia, a tecnologia assistiva contribui para a inclusão social e a redução das desigualdades enfrentadas por pessoas com deficiência, promovendo uma sociedade mais acessível e justa para todos.
Quais são os tipos de tecnologias assistivas?
As tecnologias assistivas abrangem uma ampla gama de recursos, que podem ser classificados em diferentes categorias. Um dos principais tipos são os dispositivos de mobilidade, como cadeiras de rodas, andadores e próteses, que auxiliam pessoas com dificuldades de locomoção.
Outra categoria inclui as tecnologias de comunicação aumentativa e alternativa, que englobam sistemas de voz sintetizada, pranchas de comunicação e softwares que facilitam a interação para pessoas com deficiências na fala ou na escrita.
Além disso, há tecnologias voltadas para a acessibilidade sensorial, como leitores de tela, lupas eletrônicas e aparelhos auditivos, que ajudam pessoas com deficiências visuais ou auditivas a interagir com o ambiente.
Outras categorias incluem adaptações em ambientes físicos, como rampas e barras de apoio, e dispositivos de controle de ambiente, que permitem que pessoas com limitações físicas controlem luzes, eletrodomésticos e outros itens por meio de comandos de voz ou interfaces digitais.
Exemplos de tecnologia assistiva no contexto educacional
Leandro Rodrigues, especialista em adaptação de atividades para alunos com deficiência, membro da Associação Brasileira de Pesquisadores de Educação Especial (ABPEE), pós-graduado em Educação, Diversidade e Inclusão Social, e fundador do Instituto Itard, explica que a tecnologia assistiva pode incluir desde simples bengalas até softwares inovadores. O mais importante, segundo ele, é que o aluno consiga ter mais qualidade de vida e aprimorar suas habilidades com o uso desses recursos.
De acordo com o especialista, a tecnologia assistiva na educação também está relacionada ao uso de metodologias e estratégias focadas na inclusão dos estudantes.
“Simplificando, podemos definir Tecnologia Assistiva como tudo aquilo que é criado para ajudar pessoas com deficiência a terem independência e serem incluídas, seja proporcionando ou ampliando suas habilidades de se comunicar, ouvir, ver, andar ou tocar”, explica Leandro.
“Estão incluídos brinquedos e roupas adaptadas, computadores, softwares e hardwares especiais, que contemplam questões de acessibilidade, dispositivos para adequação da postura sentada, recursos para mobilidade manual e elétrica, equipamentos de Comunicação Alternativa, chaves e acionadores especiais, aparelhos de escuta assistida, auxílios visuais, materiais protéticos e milhares de outros itens confeccionados ou disponíveis comercialmente”, complementa Rodrigues sobre o uso da tecnologia assistiva na educação.
10 exemplos de tecnologia assistiva na educação:
- Softwares de leitura de tela: Programas como JAWS e NVDA convertem texto em áudio, facilitando o aprendizado para alunos com deficiência visual.
- Teclados e mouses adaptados: Teclados com letras ampliadas ou teclas sensíveis, projetados para alunos com dificuldades motoras.
- Pranchas de comunicação: Dispositivos que utilizam imagens, símbolos ou palavras para facilitar a comunicação de alunos com dificuldades de fala.
- Tablets com aplicativos educativos: Aplicativos que ajudam alunos com dislexia, TDAH ou autismo a aprender de forma interativa e personalizada.
- Aparelhos auditivos e sistemas FM: Aparelhos que amplificam sons ou transmitem diretamente a fala do professor para alunos com deficiência auditiva.
- Lupas eletrônicas: Dispositivos que ampliam textos e imagens, ajudando alunos com baixa visão a lerem materiais escolares.
- Softwares de reconhecimento de fala: Programas que convertem fala em texto, permitindo que alunos com dificuldades motoras ou de escrita possam redigir documentos.
- Livros em braille ou áudio: Recursos didáticos em formatos acessíveis para alunos com deficiência visual.
- Mesas e cadeiras ajustáveis: Mobiliário ergonômico que pode ser ajustado conforme as necessidades físicas dos alunos, promovendo o conforto e o aprendizado.
- Software de mapeamento mental: Ferramentas como o MindMeister, que auxiliam alunos com dificuldades de organização a estruturarem pensamentos e ideias de forma visual.
Como podemos utilizar a tecnologia em sala de aula?
A tecnologia assistiva oferece recursos muito importantes para diferentes áreas. Na educação, ela garante que os alunos com deficiência consigam ter acesso a um aprendizado mais democrático e de acordo com as suas necessidades.
Além de ser algo extremamente relevante para potencializar o aprendizado, a tecnologia assistiva na educação também pode ser considerada um diferencial competitivo para as escolas.
Como sabemos, o atendimento aos alunos com deficiência é garantido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Os professores devem usar a tecnologia assistiva na educação para promover apoiar a aprendizagem em sala de aula, promovendo um desenvolvimento eficaz dos estudantes durante o ano letivo.
Um exemplo bastante prático e de fácil acesso para os docentes são os livros digitais e os recursos online para a educação, que oferecem funcionalidades capazes de beneficiar alunos com dificuldades visuais ou auditivas, por exemplo. Com os materiais didáticos digitais, é possível ajustar o tamanho do texto, usar recursos de voz, usar contraste nas cores etc.
As ferramentas de realidade aumentada e virtual também são muito interessantes para os educadores. Elas são capazes de criar experiências de aprendizado imersivas e interativas para alunos de diferentes idades. Isso facilita a compreensão de conceitos complexos e o desenvolvimento de habilidades sociais nos estudantes.
Outra alternativa de tecnologia assistiva para sala de aula são os aplicativos de comunicação e de fala, que podem auxiliar alunos com dificuldades na fala, por exemplo.
Por fim, vale destacar que as escolas têm o dever de promover o respeito, a igualdade e o fim da discriminação entre os estudantes. Sendo assim, é necessário que cada vez mais professores e gestores se atualizem sobre os diferentes tipos de tecnologia assistiva na educação.
Além disso, pais e educadores devem ensinar as crianças sobre a importância da inclusão, do respeito e do combate ao preconceito nas instituições de ensino. Esse é o caminho!
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