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Montando uma aula a distância sem mistérios

A aula a distância entrou para o dia-a-dia de crianças, jovens e adultos desde a interrupção das aulas presenciais em Março. A grande maioria dos professores não tinha nenhuma experiência com o ensino remoto, tornando a transição do analógico para o digital um grande desafio. Foi por meio de tentativas e erros que muito se aprendeu até o momento. Contudo, uma vez que o ensino híbrido aparece como a metodologia mais adequada para encerrar o ano letivo de 2020, é preciso refinar ainda mais as aulas distância. Quer saber como preparar um plano de aula remota nota 10? Então vem com a gente!

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Hoje já temos a certeza de que uma aula remota não pode ser planejada da mesma maneira que uma aula presencial. O ambiente de casa oferece muitas distrações para o aluno, assim, ele tem mais dificuldade de se concentrar apenas na sala de aula virtual. Isso faz com que o professor tenha que se esforçar ainda mais atrair a atenção para o conteúdo e as atividades proposta. Na hora de planejar a aula, não dá para usar as mesmas estratégias e didática que são usadas na aula presencial. 

Para conseguir envolver os alunos é preciso ter atenção em três aspectos principais: tempo, engajamento e entrega. Vamos entrar em mais detalhes para cada um desses aspectos mas antes, vale ressaltar que um mesmo planejamento não se aplica para as aulas assíncronas e para as aulas síncronas. A interação do aluno faz a diferença na elaboração do roteiro de aulas. Por conta do momento e das circunstância em que o ensino remoto entrou para a realidade da educação básica, a recomendação é que as aulas síncronas sejam priorizadas.

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Mas qual é a diferença entre aulas assíncronas e aulas síncronas?

Se você não está familiarizado com os termos, eles simplesmente significam aula ao vivo (síncrona) e aula gravada (assíncrona). Nas aulas síncronas, alunos e professores estão interagindo ao mesmo tempo. A grande vantagem desse formato é a manutenção da proximidade, mesmo que limitada, entre alunos e professor. O isolamento social também tem afetado a saúde emocional das crianças e a interação com os colegas durante a aula ajuda a diminuir sentimentos negativos, como solidão, tristeza e angústia. 

Porém, muitos veem as aulas ao vivo de modo negativo, uma vez que ela exige uma mobilização dos pais e responsáveis para garantir que o aluno estará online no horário marcado. Nesse aspecto, a flexibilidade das aulas assíncronas são um grande atrativo. Os vídeos e as atividades ficam disponíveis para o aluno cumprir o cronograma em um horário mais conveniente.

Para o planejamento desse formato de aula, o professor deve antecipar em sua explicação todas as dúvidas que os alunos possam ter, uma vez que cada um estará vendo o vídeo em um momento. Os vídeos precisam ser mais curtos e mais atrativos, já que a autonomia e disciplina contam muito mais. Mesmo que supervisionado pelos pais, o aluno estará conduzindo a sua aprendizagem sozinho.

Os dois formatos podem ser misturados para garantir um ensino remoto diversificado e rico. Fica à critério do professor verificar quais modelos tem funcionado melhor para as turmas e adaptar os modelos conforme as necessidades.

Como fazer uma aula a distância mais próxima

Falamos no começo desse texto que uma boa aula a distância se atenta a três pilares fundamentais e são eles que garantem a proximidade do processo de aprendizagem. É importante reforçar que a metodologia de ensino remoto foca no desenvolvimento de habilidade diferentes dos métodos de aprendizagem presencial. Existe no método a distância um protagonismo maior do aluno, que conduz o seu próprio processo de aprendizagem, mesmo tendo o professor presente nas aulas síncronas.

Historicamente, a educação brasileira foi construída em cima de um modelo cuja abordagem coloca o professor em uma posição central, como o detentor do conhecimento, que transfere as informações para a criança. No método tradicional, a absorção desse conhecimento ocorre de maneira passiva e é possível dizer que mesmo ocorrendo presencialmente, a aprendizagem ocorre a distância. Isso mostra que proximidade da construção do conhecimento não necessariamente está ligada com um ambiente físico, mas sim, com a maneira escolhida pelo professor para conduzir a aula. 

Desse modo, para vencer o desafio da quebra brusca da rotina escolar e envolver o aluno na aula a distância, o professor deve usar o tempo a seu favor, incentivando o engajamento e cobrando a entrega. Falando mais especificamente sobre o tempo, a recomendação é que cada ciclo tenha um tempo específico de dedicação aos estudos. A duração da aula deve se aproximar ao tempo que os alunos passariam na escola. Portanto, a média por dia, para cada ciclo seria: 

  • Infantil – 1h a 1h30min
  • Fundamental I – 2h a 3h 
  • Fundamental II – 4h
  • Ensino Médio  5h

Dentro desse período total de aulas, os momentos de explicação e desenvolvimento do conteúdo não devem passar de 20 minutos, para evitar a monotonia. É possível inserir pausas ou interagir com a sala durante essas quebras para sempre garantir a retomada de atenção da turma. 

Roteiro de aula a distância

Uma vez que o ensino remoto propõe a aprendizagem colaborativa, o professor pode planejar uma semana de aula bastante diversa. O cronograma pode incluir aula expositiva, desenvolvimento de desafios em grupo, envolvimento em fóruns onlines e entrega de atividades individuais, por exemplo. Mesmo que a proposta exija autonomia dos alunos, os professores devem estipular prazos de entregas sempre mostrando a importância do cumprimento das atividades de acordo com o que foi estipulado.

O planejamento das aulas seguir o ritmo da sala e nesse ponto, a percepção do professor unido ao retorno dos alunos sobre o cronograma tem muito valor. Não existe uma resposta única e nesse momento, é importante que todos estejam abertos a mudança. 

Existem diversas possibilidades de roterização de um aula a distância.Se aula for ao vivo, é interessante começar com alguns minutos de acolhida e em seguida fazer um resumo do que será aula. Cada aula deve ter um objetivo, que serve como orientador para a sequência de atividades propostas e também deve ser cumprindo diariamente.

Por fim, para mensurar os resultados das aulas, não é possível utilizar os métodos de avaliação do ensino presencial. À distância, é mais difícil para o professor ter certeza se os alunos compreenderam o que foi proposto ou não.  Mas isso não significa que a avaliação não deve ser feita. O avanço dos alunos pode ser verificado por meio do engajamento durante a aula, do cumprimento dos prazos, e por meio da apresentação de trabalhos individuais.

Essa constante observação do aprendizado permite que a estratégia mude e os caminhos sejam alterados ao longo do percurso. Se os resultados não estão saindo conforme o esperado, é possível tentar de outro jeito, experimentando coisas novas. 

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