O sedentarismo infantil na escola é um problema abrangente, pois, de acordo com uma pesquisa divulgada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2021, 78% das crianças brasileiras são sedentárias.
Caracterizado por poucas atividades físicas, ou mesmo nenhuma, o sedentarismo infantil é marcado principalmente por crianças que ficam muito tempo sentadas ou deitadas.
Geralmente, elas gastam boa parte do dia assistindo vídeos na internet e jogando nos celulares ou videogames. Vale ressaltar que o sedentarismo infantil é uma das principais causas da obesidade na infância e adolescência.
Ainda segundo a OMS, a obesidade infantil pode afetar até 75 milhões de crianças ao redor do mundo até 2025.
Como identificar uma criança sedentária?
Nem todos os pequenos vão gostar de fazer atividade física, e está tudo bem. Entretanto, é preciso saber identificar quando existe uma resistência a mais para fazer qualquer tipo de exercício.
A falta de força muscular, dificuldade para dormir, cansaço excessivo e ganho de peso são consequências frequentes do sedentarismo infantil na escola. Além disso, a criança passa a brincar menos e até ter dificuldade na escola.
Vale ressaltar que uma noite mal dormida afeta na regulação dos hormônios nos pequenos, podendo resultar em problemas de crescimento, por exemplo.
O sedentarismo infantil na escola é uma preocupação de todos
É importante que não apenas os professores e colaboradores da instituição estejam atentos aos estudantes sedentários, mas toda a comunidade, especialmente a família.
O comportamento dessas crianças, normalmente, é influenciado por quem convive embaixo do mesmo teto. Por isso, é necessário que os pais imponham limites em relação ao uso das telas, como uma iniciativa para frear o sedentarismo.
Outro ponto relevante é buscar informações com especialistas, para saber qual a melhor forma de ajudar a criança que está nessa condição sedentária.
Orientações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) sobre exercícios físicos:
→ De 2 a 5 anos: o objetivo é a socialização e deve-se priorizar a coordenação motora, com brincadeiras supervisionadas e até dirigidas, mas de maneira lúdica e prazerosa. Entre elas, o caminhar até a escola, correr, pular cordas, brincadeiras com bolas, bicicletas, escolinhas esportivas.
→ De 5 a 10 anos: a criança já apresenta uma maior habilidade motora, agilidade e coordenação, estando apto à natação, futebol, capoeira, surfe, skate, danças, ginástica, lutas entre outras múltiplas modalidades.
→ Entre 10 e 12 anos: o requisito é a velocidade, época em que existe uma grande aptidão para o Atletismo e o Ciclismo.
Qual o papel da escola na prevenção do sedentarismo infantil?
O sedentarismo infantil na escola deve ser trabalhado tanto dentro quanto fora da sala de aula. É comum associar o tema à disciplina de Educação Física, porém é possível abordar o assunto em outras matérias e também de forma interdisciplinar.
Já que é visto como detentor do conhecimento, é função do colégio propor reflexões sobre o sedentarismo infantil e os malefícios acarretados pela condição.
Além disso, é importante que a escola disponibilize espaços para que os alunos possam praticar esportes mesmo fora do horário de aulas, como ginásios, quadras ou campinhos de futebol.
A instituição de ensino também precisa estar com o discurso alinhado ao dos pais, por isso trabalhar o assunto nas reuniões com os responsáveis é importante, além de propor eventos ou produzir materiais informativos, tanto impressos quanto online.
Como trabalhar o sedentarismo na escola?
A Educação Física não é o único meio, mas é quando os alunos têm mais tempo para se dedicarem aos esportes e entenderem a importância da prática para a saúde física e mental.
Antes de iniciar qualquer exercício, relembre os pequenos das vantagens que a educação física traz para o nosso corpo, como:
- Melhora do funcionamento do organismo como um todo;
- Beneficia a respiração e o coração;
- Aumenta a mobilidade e força muscular;
- Auxilia na manutenção do peso;
- Reduz a chance de doenças relacionadas ao colesterol, problemas cardíacos, ósseos e dores musculares.
Apresente as informações adaptando o contexto para cada faixa etária, para garantir que todos entendam e sintam o desejo de praticar atividade física para fazer bem para si próprio.
Atividades para combater o sedentarismo na Educação Física
- Futebol;
- Natação;
- Ginástica;
- Balé;
- Karatê, capoeira e outras lutas;
- Atletismo;
- Vôlei;
- Queimada.
5 dicas de como combater o sedentarismo infantil na escola
É possível ir além das aulas de Educação Física! A consciência sobre o sedentarismo infantil na escola deve ser constante, tanto por parte dos alunos quanto dos adultos. Por isso, adote as seguintes práticas para combater esse mal:
- Proponha dinâmicas na sala de aula para que os alunos não fiquem o tempo todo sentados, como por exemplo apresentação de trabalhos na frente da turma, leitura de textos em pé ou mesmo se levantar na hora de responder a chamada;
- Trabalhe, por meio de conteúdos didáticos, temas referentes ao sedentarismo, saúde humana e benefícios de atividades físicas. Adapte o assunto para que os estudantes façam redações ou conheçam a parte biológica dessa temática;
- Reserve alguns minutos no início ou final da aula para a prática de exercícios. Pode ser atividades aeróbicas, como pular e subir escadas;
- Alongamentos e propostas alternativas, como meditação e ioga, também são válidos e podem ser uma ótima maneira de começar a implementar a ideia de se exercitar na sala de aula;
- Organize eventos escolares como gincanas, para que os estudantes associem as atividades físicas com diversão.
Ao colocar as dicas na rotina diária da instituição de ensino, fica mais fácil combater o sedentarismo infantil na escola de um jeito natural. Lembre-se que os adultos devem ser exemplos, por isso, engaje os colaboradores a sempre participarem.