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Semana Pedagógica: Paulo Freire e a Pedagogia do Oprimido

Quando se fala de pedagogia e educação, Paulo Freire é um dos autores mais conhecidos do país. Considerado o maior educador brasileiro, sua proposta é voltada para a valorização do ser humano. Dessa forma, um dos seus principais trabalhos é a Pedagogia do Oprimido. 

Pensando nisso, o Melhor Escola preparou um circuito de palestras para abordar o pensamento de grandes autores da educação. O último encontro teve a participação de Flávio Boleiz, Doutor em Educação e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte que nos contou um pouco sobre a pedagogia freiriana. 

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Separamos aqui alguns pontos principais da palestra, mas você pode assistir o conteúdo completo no link abaixo. 

Contexto histórico e perseguição:

Paulo Freire foi um grande humanista e se formou em Direito na Universidade do Recife. Era um homem simples que identificou a importância da alfabetização de adultos, realizando um papel fascinante na formação deles. 

É importante destacar que ele começou com essa proposta em uma época em que, no cenário brasileiro, pessoas analfabetas eram proibidas de votar. Por isso, com o intuito de garantir o direito do voto, ele começou a ajudá-los. 

Exemplo disso foi que , em um projeto de 40 encontros com seus educandos, ele alfabetizou 300 trabalhadores rurais.

Dessa forma, começou-se a perseguição de Paulo Freire porque ele era visto como uma ameaça, já que estava ajudando as pessoas a questionarem a própria vida e a fazer escolhas diferentes das que eram obrigadas a fazer. Com isso, logo de cara foi perseguido pelos militares, tendo que ser exilado do país. 

A proposta da Pedagogia Freiriana: 

O próprio Paulo Freire mesmo diz que não criou um método e que na proposta verdade era uma proposta de alfabetização. Isso se dá pelo fato de que ele queria que as pessoas criassem em cima daquilo que ele já havia produzido, não que apenas o imitassem. 

Assim, a sua principal defesa é que, para começar o processo de alfabetização, deve-se partir da leitura de mundo dos alfabetizandos para o posterior ensinamento. Ou seja, é conhecer a realidade dos educandos utilizando-a para educá-los. 

Portanto, a sua primeira indicação era criar um roda (círculo de cultura) em que ele e alunos discutiriam sobre a realidade deles ao invés de já dar o lápis e escreverem palavras. Foi assim que ele começou a alfabetização da população de Angicos, uma pequena cidade no sertão do Rio Grande do Norte. 

Freire, ao fazer um levantamento de vocabulário deles, descobriu que a palavra que eles mais utilizavam era “tijolo”. É a partir dela que ele começa a alfabetizá-los. Sendo assim, é possível dizer que essa é uma metodologia que parte da realidade dos alunos, vai para uma discussão aprofundada daquilo que é importante para essas pessoas, para o seu dia a dia. 

Além disso, outra premissa que ele defende é que as pessoas que serão alfabetizadas não são tabulas rasas. Ou seja, elas já possuem uma bagagem e vivem uma realidade que precisa ser discutida e validada

É com essa discussão que eles tomarão consciência e, a partir disso, realizarão uma ação transformadora de si mesmos, de alfabetização e do seu dia a dia para transformar a sua realidade. Assim, quando eles entendem a sua realidade, podem interferir no mundo para transformá-lo.

Inicialmente sua pedagogia foi pensada para trabalhar na alfabetização de adultos. Mas, para desenvolver essa proposta, ele traz alguns princípios importantes do ponto de vista pedagógico. Tais pontos são a dialogicidade, a democracia, o humanismo, o respeito pelo outro, princípios básicos para os adultos mas também podem ser utilizados para as crianças.

Pedagogia do Oprimido:

Uma das principais abordagens de Paulo Freire é a Pedagogia do Oprimido. Ela é voltada para aquele que precisa libertar-se da sua situação de ser subjugado. Ou seja, são aqueles que socialmente sofrem opressão, são colocados em um determinado lugar da sociedade da onde é difícil sair porque a mobilidade social é complicada. 

Sendo assim, Freire também defende que o oprimido precisa vencer a sua relação de opressão, podendo ele apenas libertar-se. Portanto, na Pedagogia do Oprimido, o mundo só será completamente transformado, quando oprimido e opressor saindo de ambas condições.

Essa metodologia também argumenta que tal condição de opressão só será superada quando os seres humanos respeitarem os outros por serem pessoas, e não por um tem mais que o outro. 

Dessa forma, isso vai de encontro com a ideia de que o ser humano deve ser valorizado. A forma de fazer isso é escutando o educando. Assim, cabe ao professor, com um papel de mediador, levar as informações para que o aluno tome consciência de si mesmo. 

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