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BNCC na educação infantil: o guia para sua escola

Toda pessoa que trabalha com educação precisa entender sobre as diretrizes da BNCC na educação infantil. A sigla é a abreviação de Base Nacional Comum Curricular, é um documento pelo Ministério da Educação (MEC) e usado como referência para a construção de propostas pedagógicas e planos de ensino no Brasil. 

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Esse documento é obrigatório para todas as instituições brasileiras, tanto privadas quanto públicas. Além disso, ele serve de elaboração para o ensino infantil, fundamental e médio. 

O que diz a BNCC sobre a Educação Infantil?

A BNCC apresenta o conjunto de aprendizagens obrigatórias para todo o ensino básico no país. Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996), todas as habilidades e competências a serem desenvolvidas estão presentes no documento normativo.

Antes da Constituição Federal de 1988, a educação infantil era vista como “pré-escolar”, o que não a tornava pertencente à educação básica brasileira. Porém, após as mudanças na Constituição, a Educação Infantil se tornou responsabilidade do Estado. 

Portanto, para a BNCC, a Educação Infantil, representa “na maioria das vezes, a primeira separação das crianças dos seus vínculos afetivos familiares para se incorporarem a uma situação de socialização estruturada”. Por isso, além do aprendizado, também é priorizado os cuidados com as crianças.

Com isso, a BNCC na Educação Infantil diz que a escola “precisa promover experiências nas quais as crianças possam fazer observações, manipular objetos, investigar e explorar seu entorno, levantar hipóteses e consultar fontes de informação para buscar respostas às suas curiosidades e indagações.”

Quais são os direitos de aprendizagem da BNCC? 

Na Educação Infantil, a BNCC estabelece 6 direitos de aprendizagem. O objetivo deles é garantir as condições necessárias para que os pequenos tenham um papel ativo nos ambientes de aprendizagem. Veja quais são esses direitos:

1) Convivência

As crianças têm o direito de conviver com outras crianças e adultos, seja em pequenos ou grandes grupos. Essa conexão garante a ampliação de conhecimentos de quem está presente, a partir do uso de diferentes linguagens, respeito a novas culturas e contato com pessoas diferentes.

2) Brincar

De acordo com a BNCC é importante “brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais”.

3) Participação

A BNCC na educação infantil destaca a participação ativa de crianças e adultos durante as atividades escolares. Seja na escolha do que será feito, no desenvolvimento das brincadeiras, espaço a ser escolhido, linguagem a ser usada e até a decisão de comportamento durante a prática. Dessa forma, o aluno terá mais autonomia autonomia e o posicionamento.

4) Explorar

Segundo a diretriz, as crianças precisam “explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela”. Assim, elas aprendem mais sobre sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia.

5) Expressar

Toda criança deve ter o direito de expressar suas necessidades, opiniões, descobertas, dúvidas e qualquer outra vontade. É preciso deixar aberto ao pequeno fazer isso da maneira que achar melhor, por meio de vários tipos de linguagens (oral, corporal). 

6) Conhecer-se

Através das experiências vivenciadas e dos conhecimentos ampliados, a criança passa a construir uma imagem de si própria, mostrando os primeiros traços da identidade. Espera-se a constituição de uma imagem positiva de si e dos grupos ao redor. 

Quais são os 5 campos de experiência da BNCC na Educação Infantil?

1) O eu, o outro e o nós

É por meio da interação e do convívio com outras crianças que elas começam a construir sua própria identidade e a descobrir o outro. Ao ingressar na escola, o aluno inicialmente concentra-se em seu próprio universo (EU). Com as atividades desenvolvidas no ambiente escolar, ela gradualmente passa a perceber a presença dos colegas (OUTRO) e, em breve, engaja-se na interação no contexto coletivo (NÓS).

Assim, é na etapa da Educação Infantil que a criança expande sua autopercepção, ao mesmo tempo em que aprimora a compreensão do outro. Além de valorizar sua própria identidade, ela adquire habilidades para respeitar os colegas e reconhecer as diversas nuances que diferenciam cada indivíduo.

2) Corpo, gestos e movimentos

Conhecer o próprio corpo e os limites também fazem parte do processo de desenvolvimento cognitivo. Por isso, a coordenação motora fina e grossa são trabalhadas desde a creche ou pré-escola. Dança, teatro e música são meios que envolvem tanto os aspectos físicos quanto emocionais de uma turminha. 

3) Traços, sons, cores e formas

A interação com diversas manifestações artísticas, culturais e científicas no ambiente escolar proporciona às crianças a oportunidade de explorar diversas formas de expressão e linguagens. Através dessas vivências, os pequenos desenvolvem não apenas seu senso estético e crítico, mas também adquirem autonomia para criar suas próprias produções artísticas e culturais.

Nesse sentido, o contato com as artes visuais, música, teatro, dança e audiovisual torna-se crucial para as crianças na Educação Infantil. Essa experiência contribui significativamente para o desenvolvimento de sua sensibilidade, criatividade e para a construção de uma maneira única e pessoal de se expressar.

4) Escuta, fala, pensamento e imaginação

A comunicação e as habilidades sociais está presente desde o nascimento da criança. Mas, para elas desenvolverem esses aspectos, é preciso que os pequenos sejam estimulados a interagir, ouvir e falar. Em outras palavras, é preciso que elas tenham um local para compartilharem experiências por meio da oralidade.

Nesse cenário, é crucial que as instituições de ensino infantil criem contextos de contação de histórias e interação entre os estudantes. Assim, eles se tornarão cidadãos capazes de manifestar o que pensam e sentem e escutar os que estão à sua volta

5) Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações

Desde cedo estamos inseridos a vários espaços (casa, escola, bairro, rua, cidade), a muitas concepções de tempos (hoje, amanhã, cedo, noite) e aos outros aspectos englobados neste campo de experiência. 

Sendo assim, a criança deve vivenciar experiências capazes de promover a consciência em relação ao espaço em que estão, qual tempo vivem, a quantidades referentes ao mundo físico (quantos animais veem num exercício; quantas maçãs conseguem comer, por exemplo), o que sentem pelos outros (familiares, professores e colegas de sala) e às transformações ao redor — desde uma simples troca de roupa, até à mudança do clima. 

Quais os objetivos da BNCC para a educação infantil?

A partir dos princípios éticos, estéticos e políticos definidos pela BNCC, espera-se que a educação infantil contribua para a formação humana do indivíduo, consequentemente criando uma sociedade mais democrática, inclusiva e justa. Entende-se que a criança é um ser questionador e observador, o qual precisa de orientações antes de definir julgamentos e assimilar valores. 

Entre as obrigações do educador em aplicar a BNCC na educação infantil, pode-se citar a busca por uma maneira de fazer com que o pequeno estudante tenha experiências individuais e coletivas, a fim de compreender a natureza social à sua volta, a cultura e a ciência. 

Também é neste primeiro momento da educação básica nacional que a criança entra em contato com os cuidados pessoais, como a alimentação e higienização. Todos esses aprendizados podem ser transmitidos a partir das brincadeiras, leitura de livros, experiências práticas ou mesmo na conversação. O educador deve garantir que todos os alunos tenham pluralidade nos meios que promovem esse desenvolvimento.

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